Etanol chega a R$ 2,35 e se aproxima de recorde

31/03/2011 07:12

O preço do etanol hidratado subiu e perdeu, definitivamente, a competitividade em postos da Grande Cuiabá. O valor do derivado da cana-de-açúcar já é de 79,12% na cidade de Várzea Grande, onde os preços praticados em um posto do Ipase, nas imediações do Aeroporto Marechal Rondon, já estão próximos do recorde histórico de R$ 2,45, atingindo ontem o patamar de R$ 2,35. Para saber qual combustível é o mais vantajoso, basta dividir o preço do etanol pelo da gasolina. Com resultados inferiores ou iguais a 70%, a opção deve ser pelo etanol. A alta no posto de Várzea Grande ficou bem acima da média esperada e chegou a 13,52%.

Outros postos de Várzea Grande também decidiram “alinhar” ontem os preços do etanol para valores entre R$ 2,19 e R$ 2,20, na Avenida da FEB, alegando reajuste na cadeia dos combustíveis. O reajuste médio foi de R$ 6,82%. Em Cuiabá, um posto localizado na área central da cidade elevou os preços ontem para R$ 2,26. Com a majoração de ontem, o etanol é competitivo apenas em alguns postos de Cuiabá que praticam preços entre R$ 2,06 e R$ 2,07 e ainda não repassaram o último aumento vinda das distribuidoras. Espera-se para qualquer momento o realinhamento geral dos preços nos postos revendedores da Grande Cuiabá, a partir de hoje.

Jefferson Aparecido da Silva, responsável pela administração de um posto, em Várzea Grande, explica que o preço do etanol está subindo desde o segundo semestre do ano passado e o repasse para o consumidor está sendo gradual. O posto, que fica próximo à área central, vendia etanol por R$ 1,56, em meados de setembro. Com as sucessivas altas, os preços encerraram o ano em R$ 1,65, depois passaram para R$ 1,76, em seguida avançou para R$ 1,86, R$ 1,96 e, ultimamente, para R$ 2,06.

“A procura pelo combustível já caiu bastante. Quem tem carro flex está preferindo abastecer com gasolina. O etanol realmente está muito caro e não é vantagem para carro flex”, explica. Segundo o funcionário, o mercado repassa o que recebe de aumento das distribuidoras. “O preço que o consumidor vê na bomba não significa que o dono do posto queira lucrar. É apenas um repasse dentro da cadeia”, justifica.

No posto do Ipase que aumentou os preços para R$ 2,35, o movimento ontem pela manhã caiu pela metade. Segundo um funcionário, os consumidores “sumiram” após a revenda estampar a placa com o novo preço do etanol. Para se ter uma idéia de como o consumidor não gostou do aumento, no instante em que a reportagem do Diário passava pelo local para verificar os preços, não havia sequer um frentista na pista de abastecimento e todos ‘descansavam’ em uma área situada ao lado do posto. Enquanto isso, a menos de 800 metros do local, outra revenda localizado à Avenida João Ponce de Arruda (principal via de acesso ao Aeroporto Marechal Rondon) vendia etanol hidratado por R$ 2,06, diferença – a menor – de quase R$ 0,30 por litro em relação ao concorrente do Ipase.

LIMITE

Nos postos que ainda não repassaram o último reajuste, o etanol hidratado está com sua margem de vantagem no limite, praticamente empatado com a gasolina. No caso de Cuiabá, onde o etanol é vendido em média a R$ 2,07 e, a gasolina, por R$ 2,97, o preço do combustível derivado da cana chega a representar 69,69% do valor da gasolina. Na comparação, etanol e gasolina estão praticamente iguais, sendo que o preço do primeiro está no limite para perder a competitividade para a gasolina. Com a nova alta, que poderá elevar os preços para R$ 2,18, abastecer com gasolina será a melhor opção para o consumidor.

Nos demais estados, o etanol hidratado já deixou de ser a melhor alternativa em relação à gasolina por causa das sucessivas altas.

fonte: Diário de Cuiabá

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