29/05/2011 08:11
Forma de pagamento mais segura para o comércio, os cartões de crédito caíram no gosto da população mato-grossense e registram forte expansão no Estado. Aceito para compras de qualquer valor – desde um simples cafezinho até grandes aquisições – o cartão vem aumentando sua participação em faturamento e número de transações no comércio. Para se ter uma idéia, nos últimos cinco anos – 2006 a 2010 – a indústria de cartões, em Mato Grosso, cresceu cerca de 80%, com o faturamento passando de R$ 1,36 bilhão para R$ 2,45 bilhões e o volume de transações saltando de 16,45 milhões para 29,61 milhões no período. Já o número de cartões em circulação evoluiu de 600 mil para aproximadamente 1,08 milhão. Essa popularização aumentou o valor médio das compras para R$ 86, uma das mais altas do país.
A participação de Mato Grosso na região Centro-Oeste e no país vem aumentando nos últimos anos tanto em faturamento, número de transações quanto em emissão de novos cartões. Atualmente, o Estado já responde por 1,5% do faturamento nacional, 15,1% do faturamento no Centro-Oeste, 1,1% das transações brasileiras e 15,5% na região. Em relação ao número de cartões ativos, Mato Grosso responde por 14,8% do total do Centro-Oeste.
“De fato a população tem optado pelos cartões de crédito porque este meio de pagamento oferece inúmeras vantagens, como maior segurança, praticidade e comodidade para o consumidor”, aponta o vice-presidente da Federação do Comércio, Bens e Serviços de Mato Grosso (Fecomércio), Roberto Peron. “Os cartões têm mais aceitação que os cheques e permitem fazer compras pela Internet ou telefone”.
Atualmente, de acordo com Peron, 98% dos estabelecimentos possuem convênio de cartão e 2% contam com cartão próprio. Mas alerta: o consumidor deve ter muito cuidado e fazer planejamento para não se endividar com os cartões.
Para ele, a maior opção pelos cartões de crédito se deve principalmente ao estímulo dado pelo comércio a essa forma de pagamento e ainda à facilidade de uso que tem em relação ao cheque e ao dinheiro.
“A tendência do cartão é crescer em função da sua praticidade e facilidade. Realmente, o cartão é a moeda do futuro por apresentar vantagens comparativas como rapidez e segurança tanto para as empresas quanto para o consumidor”, afirma Peron.
TAXAS – O principal empecilho para a disseminação dos cartões de crédito em uma escala maior são as taxas de administração cobradas pelas operadoras. Atualmente, as taxas variam de 2% a 5%, dependendo do volume de vendas e da negociação entre a empresa e administradora. “Os custos das operadoras ainda estão altos”, afirma Peron.
De qualquer forma, praticamente todo mundo trabalha com cartão. Até mesmo vendedores ambulantes e camelôs adotaram esta forma de pagamento em Cuiabá por considerá-la mais prática, eficiente e segura. “Pelo menos 50% de todas nossas vendas são por meio de cartões”, disse um vendedor do Shopping Popular dos Camelôs. Segundo ele, nos últimos dois anos a utilização de cartões nas lojas do shopping aumentou mais de 70% e a tendência é continuar se expandindo nos próximos anos.
EXPANSÃO – O cartão de crédito transformou-se em um meio de pagamento cada vez mais comum entre os consumidores do segmento de baixa renda, que ganham até R$ 800 por mês. Os consumidores dessa faixa de renda não só vêm usando mais o cartão para pagar as suas compras, mas como principal meio de financiamento: entre os portadores de cartão de baixa renda, 25% usam somente o cartão de crédito como instrumento de crédito, contra 17% dos demais portadores. Além disso, 76% costumam recorrer ao parcelamento sem juros, modalidade de pagamento que permite alongar o vencimento das contas sem ter de pagar juros ou taxas adicionais.
TICKET – Entre os clientes com renda mais baixa, o ticket se mantém praticamente estável no país, na faixa de R$ 61, graças ao uso mais freqüente do pagamento parcelado sem juros, que correspondeu a 52,5% das operações no ano passado. Para o cliente com renda acima de R$ 2,5 mil, o valor médio por transação é de R$ 112,1. A compra à vista para essa categoria equivale a 57,9% do faturamento, ou seja, o apelo da compra a prazo é menor.
fonte: Diário de Cuiabá