03/06/2011 08:30
As liberações do Banco do Brasil (BB) para o agronegócio mato-grossense no primeiro quadrimestre deste ano – safra 10/11 – avançaram 10,17% em relação a igual período do ano passado. De acordo com balanço da Superintendência de Varejo e Governo do BB no Estado, este ano (até 30 de abril) foram liberados R$ 1,95 bilhão, contra R$ 1,77 bilhão em 2010. As contratações contemplam as áreas de custeio, investimento e comercialização para os segmentos agroempresarial (grandes produtores) e agricultura familiar.
A agricultura empresarial absorveu R$ 1,73 bilhão, sendo R$ 1,3 bilhão em custeio, R$ 278 em investimentos e, R$ 154,8 milhões, em comercialização. Já os pequenos agricultores foram contemplados com R$ 219 milhões, sendo R$ 147 milhões para investimento e R$ 72 milhões para custeio (preparo do plantio).
O montante das aplicações no Estado agrada ao Banco do Brasil. Segundo Anderson Scorsafava, gerente de Mercado de Agronegócio do BB, em Mato Grosso, a instituição atuou nesta safra no sentido de acelerar as liberações e ampliar o valor das operações. “O BB se dá por satisfeito” [com o volume de contratações], frisou. “Tivemos incremento em todas as modalidades de aplicação. Interessante é que estão caindo as barreiras que dificultavam o acesso do produtor que estava com problemas de renegociação com o banco”.
Segundo ele, “algumas travas caíram” e atualmente o banco está mais flexível na análise do crédito e nas renegociações, procurando estudar com cada produtor as formas de retomar os investimentos. “O novo manual de crédito tira diversas travas e torna as práticas menos burocráticas. Agora o banco tem uma nova visão do agronegócio e está com foco voltado para a expansão dos investimentos. Os limites estão sendo analisados para aumentar os portfólios das linhas para que os produtores possam pegar mais dinheiro no banco. Os riscos das operações também foram revistos”.
Com o novo plano safra, a Superintendência Regional do BB pretende aumentar a velocidade e o volume das contratações. “Temos expectativa de avançar mais no agronegócio estadual”, frisou Scorsafava.
Uma das medidas adotadas pela instituição é fortalecer o programa de treinamento para capacitar os colaboradores a atuar no mercado do agronegócio. “Por um lado temos burocracias sendo retiradas do arcabouço jurídico e, por outro, estamos treinando e preparando pessoal visando o crescimento do agronegócio. Estamos vivendo um novo momento”.
PLANO SAFRA – O Plano Safra 11/12 – com previsão de iniciar as contratações a partir de 1º de julho – prevê inovações como a criação de duas linhas de crédito à taxa de juros fixa de 6,75% ao ano: uma linha de até R$ 1 milhão para lavouras de cana e outra, de até R$ 750 mil, para a pecuária, destinada à aquisição de reprodutores e matrizes bovinas ou bubalinas.
O plano trará a simplificação nas normas do crédito rural e a melhoria das condições de taxas e limites para os produtores. Foi fixado um limite único de R$ 650 mil, em apenas uma faixa, para o financiamento de custeio de todas as culturas e atividades, em substituição aos limites anteriores, por produtos. Cada produtor vai saber qual é o máximo que pode tomar emprestado, independente da atividade que está financiando. Com isso, o governo federal vai estimular a maior diversificação da atividade agrícola, já que hoje a maior parte dos financiamentos é destinada às commodities ou produtos para exportação.
fonte: Diário de Cuiabá