18/06/2011 09:07
Se havia alguma esperança de que o litro do etanol ficasse abaixo de R$ 1,39 nos próximos meses ela não existe mais. Conforme anúncio do segmento revendedor no início desta semana, um novo movimento de alta teve início, em pleno pico de safra da cana-de-açúcar no Estado. A alta projetada para cerca de R$ 1,60 foi superada e chega a R$ 1,65 em vários postos da Capital desde ontem. Considerando o preço médio anterior de R$ 1,39 o ajuste é de R$ 0,26 ou de 18,70%.
Em 2009, nesta mesma época do ano, por exemplo, o litro do etanol foi ofertado por até R$ 1,02 ou mesmo a R$ 0,99 em ofertas tipo “relâmpago”.
Mesmo com o novo valor ao consumidor, o derivado da cana segue competitivo em relação à gasolina. Para haver vantagem, o preço do hidratado deve ser inferior a 70% do preço da gasolina, em função de o etanol render menos por quilômetro rodado. No atual cenário, o hidratado corresponde no máximo a 61% do derivado do petróleo.
Ainda hoje será possível abastecer com o litro a R$ 1,39, já que alguns donos de postos disseram que vão segurar o preço. Ontem, no final da manhã, o Diário encontrou na Avenida República do Líbano, o etanol a R$ 1,37, no posto Santos Dumont, bandeira Simarelli. O proprietário, Fábio de Oliveira, explicou que manterá o preço, mas que o repasse da alta será inevitável nos próximos dias. “Não sei de quanto será ainda esse novo preço, mas o mercado espera por valores de bomba entre R$ 1,58 a R$ 1,69”.
Vários preços para o litro do etanol estão em vigor nos postos de Cuiabá e Várzea Grande. Além do preço anterior e do novo, R$ 1,39 e R$ 1,65, respectivamente, há revendas onde o litro pode ser encontrado a R$ 1,45, R$ 1,46. Outros estabelecimentos que já reajustaram os preços exibem o etanol a R$ 1,56 nas duas cidades. A diferença entre os postos oscila entre 5% e 12%.
O primeiro secretário do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), Bruno Borges, explica que os preços ao consumidor são reajustados na medida em que variam dentro da cadeia produtiva, ou seja, nas usinas e nas distribuidoras. “Quando há qualquer repasse de alta, seja nas usinas ou distribuidoras, não é possível segurar o efeito e os postos levam as altas até às bombas, pois os revendedores precisam manter o seu negócio”.
Com relação à variação de preços, principalmente na Capital, Borges que de fato existem muitos revendedores na Grande Cuiabá adotando preços extremamente baixos, “preços os quais, não cobrem nem mesmo o custo operacional. “A entidade não tem poder para intervir nos preços praticados no mercado. Mas é sabido que os preços estão muito parecidos com os ofertados pelas usinas e distribuidoras, o que sinaliza uma concorrência predatória. Cada revendedor precisa analisar sua planilha de custo para formatar o preço final”.
fonte: Diário de Cuiabá