Congresso dividido prolonga braço-de-ferro sobre aumento da dívida nos EUA

26/07/2011 21:20

Democratas e republicanos continuavam esta terça-feira a desenhar planos separados para a redução do défice e o aumento do nível da dívida norte-americana, quando faltam apenas oito dias até à data-limite para o Congresso aprovar um acordo que evite a entrada dos EUA em incumprimento. Os economistas já temem o pior; os mercados agitam-se com o impasse.

A Casa Branca voltou a pressionar os republicanos para aceitarem o aumento legal do endividamento dos Estados Unidos, lembrando que a 14.ª emenda da Constituição não permite ao presidente, Barack Obama, ultrapassar o tecto da dívida que os EUA já atingiram em Maio.

A resposta republicana à pressão democrata (a partir de 2 de Agosto, Washington não conseguirá contornar com mais medidas extraordinárias o limite de 14,3 biliões de dólares de endividamento – 10,2 milhões de milhões de euros) não se desviou um milímetro daquilo que John Boehner, líder republicano na Câmara dos Representantes, disse ontem em reacção ao discurso de Obama.

Boehner insistiu na viabilidade do plano republicano, que exige como contrapartida à aprovação do aumento do limite da dívida um corte na despesa pública de 1,3 biliões de dólares e que a revisão em alta do limite da dívida seja feita em duas fases, o que obrigaria os democratas a negociar novamente em 2012, ano de eleições presidenciais.

O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, defendeu, por seu lado, que a proposta democrata – que prevê um aumento imediato do tecto da dívida em 2,7 biliões de dólares – é “a melhor chance de evitar uma crise económica numa semana”.

Mas a Casa Branca não cede e, embora se tenha mostrado de novo confiante num acordo, disse que chumbaria o plano dos republicanos se a proposta fosse submetida ao Congresso tal como está.

Economistas atentos às agências de rating

É no Congresso que se joga a votação para a alteração do limite da dívida e o impasse que dura há semanas, com avanços e recuos nas conversações, está a encher os economistas de pessimismo face ao contra-relógio.

Um inquérito da agência Reuters mostra que 30 em 53 economistas acreditam que, pelo menos, uma das três grandes agências de notação mundiais (Standard and Poor’s, Moody’s e Fitch) acabarão por confirmar os avisos e cortar o rating máximo aos EUA (como já fez a agência Egan-Jones Ratings).

O impasse voltou a penalizar ligeiramente as negociações em bolsa no maior mercado mundial de acções. Os principais índices da praça de Nova Iorque fecharam em baixa, decepcionados por mais um dia sem fumo branco no Congresso: o índice Dow Jones terminou a perder 0,73 por cento, o Standard & Poor’s 500 fechou com um recuo de 0,41 por cento e o Nasdaq encerrou a desvalorizar 0,10 por cento.

Fonte:Publico.pt

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