03/08/2011 09:46
Para alcançar uma boa produtividade na cultura do feijão, o produtor rural deve pensar em um conjunto de medidas que, aliadas uma à outra, promovem o crescimento ideal da planta e características desejáveis para se alcançar bons resultados. O manejo ambiental e fisiológico para alcançar uma produtividade média de 80 sacas de feijão é um dos temas abordados no 2º GVS Irriga, no dia 6 de agosto, no GVS Centro de Pesquisa e Tecnologia Agrícola.
Segundo Diogo Luís da Roza, engenheiro agrônomo e pesquisador o GVS Centro de Pesquisa e Tecnologia Agrícola, o feijão é uma planta que possui duas fases muitos distintas. Uma delas é a fase vegetativa, que vai desde a emergência até os botões florais. Posteriormente, vem a fase reprodutiva, desde o surgimento dos botões florais até o momento da colheita.
A temperatura ideal para a cultura do feijão é de 21°C a 29°C. Além disso, a cultura não tolera estresses hídricos. A partir da fase de emergência do feijão, temperaturas abaixo de 15ºC e uma umidade adequada, por exemplo, podem favorecer o aumento da taxa de fungos no solo, sobretudo dos gêneros fusarium e rhizoctonia. Caso a condição seja favorável, deve-se tomar medidas que promovam o rápido estabelecimento da cultura, como um plantio mais uniforme, a preferência por sementes livres de patógenos com uniformidade de tamanho e uma profundidade ideal — afirma o engenheiro.
Ele explica que o tratamento de sementes, por exemplo, deve ser escolhido de acordo com o histórico de doenças e pragas que podem haver no solo. No entanto, proporcionar um bom estande é apenas uma etapa do processo.
A produtividade é fruto de vários cuidados. Outro aspecto interessante a ser observado é inerente ao crescimento vegetativo excessivo que pode ocorrer no feijão, sobretudo em solos com elevada matéria orgânica e grande disponibilidade de nitrogênio. Isso faz com que o feijão alongue seu ciclo vegetativo, aumentando a taxa de retenção foliar e acarretando perdas na produtividade — explica.
Para isso, Roza diz que o produtor pode-se lançar mão de alguns produtos, como reguladores de crescimento e alguns fungicidas que proporcionam uma redução nesse crescimento vegetativo e o equilíbrio entre o crescimento da parte aérea e o sistema radicular.
Também nessa fase inicial, é interessante a utilização de produtos que possam induzir de alguma forma a resistência natural das plantas, como os fosfitos e algumas estrobilurinas. Nessa etapa, também é recomendada a utilização de alguns produtos a base de fósforo, como o map purificado — orienta ele.
O engenheiro agrônomo conta que a planta do feijão produz uma quantidade muito maior de flores do que consegue suportar. Portanto, a queda de flores pode variar de 40% a 75%, de acordo com as condições climáticas. Nesse caso, o produtor deve proporcionar condições para o feijão reter a maior quantidade de flores possível, além de cuidados com pragas que causam ataques direto nas flores, como as vaquinhas.
Portanto, quando se fala em produtividade do feijão, não podemos pensar em medidas isoladas, mas sim em todo um processo que vai desde a cultura anterior até todos os processos mencionados — afirma ele.
fonte: Portal do Agronegocio