21/08/2011 19:14
A democracia, através de seus conceitos mais primários, recomenda que o direito de defesa seja uma prerrogativa de todos. A sociedade, contudo, com sua insuperável ânsia de “julgar”, não perde a oportunidade de fazê-lo preliminarmente, quase sempre condenando, mesmo que tendo como “possíveis fatos” balizadores de sua opinião, notícias obtidas através de terceiros ou de “manchetes” que apostam no triplo “S”: “sangue, sexo e sofrimento”, para fortalecer a comercialização dos periódicos que as publicam.
E quando uma injustiça é cometida contra alguém, o rumo da história está sendo modificado, sem que ao menos tal realidade seja absorvida até mesmo por aqueles que são personagens de tal episódio.
Julio César, o grande romano, quase um deus para o seu povo, chegou a Alexandria, no Egito, objetivando apaziguar a guerra pela disputa do trono do país dos faraós, que colocava “frente a frente” os irmãos Ptolomeu e Cleópatra. O primeiro, um “fraco”, comandado por mãos maquiavélicas de terceiros, que o usavam para conviver com o poder. Ela, não somente firme em suas posições, mas acima de tudo gananciosa. O imperador optou pela ambiciosa rainha. Posteriormente, juntos geraram um filho: Cesário.
Não sabia o ditador vitorioso que com aquele ato estava assinando a sua própria sentença de morte, que ocorreu, através dos punhais de senadores – que bem lembram uma realidade atual, conhecida de todos -, entre eles Brutus, seu filho adotivo.
A França da “cidade luz”, Paris, poderia ter seu futuro forjado com “diferentes letras”, não fosse o episódio do simulado “abuso sexual” acontecido em um hotel cinco estrelas de Nova York, tendo de um lado uma prostituta e do outro Dominique Strauss presidente do FMI, fortíssimo candidato a derrotar Sarkozy, no pleito presidencial, que se aproxima.
O Brasil com certeza teria um “presente diferente” e “futuro mais promissor” se a lei do “ficha limpa” fosse implantada de forma imediata, indo ao encontro do anseio de quase todos, evitando que inúmeros reconhecidamente “pecadores” fizessem por merecer a injusta “imunidade”, que “blinda” figuras, donatárias não somente de “cadastro”, mas também de “alma suja”.
Um dia o poeta falou que “a história é a soma das coisas que poderiam ser evitadas, mas também a certeza de que a injustiça que se faz a um é grande ameaça que paira sobre todos”.
Por:Alberto Rostand Lanverly