Cientistas descobrem fósseis de ser vivo de 3,4 bilhões de anos

22/08/2011 07:52

Uma equipe científica encontrou nas rochas do oeste da Austrália fósseis que indicam a presença de micróbios que viveram há 3,4 bilhões de anos em um mundo sem oxigênio e que proliferavam graças a compostos à base de enxofre, segundo um estudo publicado neste domingo na revista científica Nature Geoscience.
“Temos por fim uma boa prova de vida com mais de 3,4 bilhões de anos. Isso confirma que na época havia bactérias que viviam sem oxigênio”, declarou o professor Martin Brasier, da Universidade de Oxford, que participou destas pesquisas dirigidas por David Wacey, da Universidade da Austrália Ocidental.
“São os fósseis mais antigos achados na Terra”, afirmou a Universidade de Oxford em um comunicado. A Terra tem 4,5 bilhões de anos. A vida surgiu entre 3,5 e 3,8 bilhões de anos, segundo os pesquisadores anteriores. Os fósseis descobertos por David Wacey e sua equipe em uma das praias mais antigas da Terra, em um lugar chamado “Strandley Pool”, estão incrustados em microscópicos cristais de pirita, de minerais à base de sulfeto de ferro, segundo o estudo.
Estes cristais seriam o efeito da atividade biológica (metabolismo) dos microorganismos fósseis. Os cientistas acreditam estar certos sobre a idade dos fósseis, já que as rochas sedimentares onde os encontraram foram formadas entre dois episódios vulcânicos.
“Isso limita a algumas dezenas de milhões de anos o intervalo de tempo no qual os fósseis puderam se formar”, afirma o professor Brasier. Ele enfatiza que os microfósseis foram submetidos a provas que demonstram que as formas detectadas na rocha são de natureza biológica e que não são o resultado de um processo de mineralização. Foram observadas estruturas similares a células.
“Pela primeira vez achamos em rochas arqueanas uma associação direta entre uma morfologia celular e subprodutos do metabolismo”, concluem os pesquisadores. Há 3,4 bilhões de anos, a Terra era um lugar quente, com uma forte atividade vulcânica, e a temperatura dos oceanos alcançava os 40 a 50°C.
Atualmente, afirma o professor Brasier, ainda existem bactérias que utilizam mais enxofre do que oxigênio para carregar de energia e proliferar. São encontradas principalmente em lugares quentes como chaminés hidrotermais, no fundo dos oceanos

fonte: Nature Geoscience

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