Pátria amada, Brasil

06/09/2011 11:53

No mês em que se comemora a Independência do Brasil, uma questão que muito cidadão brasileiro já se fez: tenho orgulho de ter nascido aqui?

A todo momento, novos casos de corrupção política; temos índice elevado de analfabetos, assim como, de baixa escolaridade; no setor de saúde pública, o caos; muitas pessoas em estado de subnutrição, fome e sem moradia humanamente decente.

A verdade é que, quando viajamos para outro país, uma enorme vontade de Brasil se apodera de nós. O nosso país é nossa casa, mesmo que construído em alicerces de problemas.
Sim, tenho orgulho de ser brasileira!

O povo brasileiro tem uma enorme capacidade de adaptação como poucos têm.

Tenho orgulho do cidadão que sustenta sua família de cinco filhos ou mais, com apenas um salário mínimo ao mês, e dos que, às vezes, nem salário têm, vivendo de biscates. Orgulho-me da mulher idosa de uma comunidade carente do interior de nosso Estado que cuida de mais de dez crianças para que suas mães possam sair de madrugada para trabalhar. Daquele que perdeu tudo, mas sobrevive. Do que não tem nada, mas insiste.

Esse é o brasileiro. Nos esportes, o piloto de Fórmula 1, apontado ainda hoje pela crítica especializada como o melhor de todos os tempos, Ayrton Senna, aquele que retardava as freadas e antecipava a aceleração após as curvas, mesmo se grande chuva caísse no circuito. Assim venceu corridas, quando ninguém conseguia fazer o mesmo. Brasileiro, como o jogador de futebol Garrincha, coluna torta, uma perna maior que a outra, e que importância tinha isso? Parava a bola no chão e mandava quando ela tinha que seguir. Ninguém conseguia tirá-la dele. Soberano absoluto.

Esse é o brasileiro. Grande capacidade de adaptação, que pode ser sua grande qualidade e seu maior defeito. Quando deve exigir seus direitos coletivos, se torna passivo e adaptável, diferente, por exemplo, dos vizinhos argentinos, vide episódio do Curralito, confisco da poupança do cidadão daquele país; se compararmos à nossa reação quando tivemos episódio semelhante.

Há certa alegria de viver, quando a luz não aparece, e muitas vezes nem a comida. O procurar ser feliz no meio do caos e da violência. O sambar e cantar, o sorrir sem motivos, e ainda agradecer a Deus pelo pouco.

Sim, por tudo isso, tenho orgulho de ser brasileira! Pertencer a esse povo que tem a “Pátria Amada, Brasil” em seu sangue, e algumas vezes, apenas isso.

Por:Ana Cecília Romeu, Publicitária e escritora

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