13/09/2011 13:14
Os números, que já impactaram a Bolsa de Chicago, também colocaram os setores de aves e suínos em alerta, principais consumidores do cereal, que sofrem com a alta no preço (R$ 28,00 a saca). Segundo o analista de mercado Farias Toigo, a tendência é que o cenário para o grão continue altista. No primeiro trimestre do ano que vem, prevê Toigo, o preço do bushel deve atingir a casa dos nove dólares, batendo o até então recorde de 2011, de oito dólares.
Para as indústrias avícola e suinícola, o repasse ao consumidor será a saída para driblar a escalada nas cotações. A Asgav projeta aumento já de imediato entre 15% e 20%. Conforme o presidente da Asgav, Nestor Freiberger, o reajuste deve ser decidido nos próximos dias em encontro do setor. “Não existe frango barato sem milho barato”, avalia.
Apesar de não estimar índices, o setor de suínos também entende o reajuste como inevitável. “A quebra de safra nos EUA influencia o mercado como um todo. Já estamos trabalhando com uma margem inexistente, pois o milho corresponde a 60% da composição da ração”, afirma o presidente da Acsurs, Valdecir Folador. De acordo com o diretor do Sips, Rogério Kerber, é prematuro prever preços. “Mas não há outra alternativa a não ser o repasse ao consumidor.”
O estoque público de milho no Rio Grande do Sul também está quase no vermelho. Segundo a Conab, restam apenas 5,12 mil toneladas para venda a balcão. A promessa da União é enviar ainda este ano 80 mil toneladas, mas só há espaço para 62 mil t.
No entanto, as entidades acreditam que a situação possa ser amenizada, caso haja um aumento na área plantada no Estado, impulsionado pelo preço do grão. Dados do primeiro levantamento de intenção de plantio da safra 2011/12 da Emater indicam um incremento de 4,86% na área de milho no Estado, chegando a 1,15 milhão de ha.
Fonte:Portaldoagronegócio