27/09/2011 09:11
Após um pregão de muita instabilidade, o dólar comercial fechou em queda ontem, reagindo à melhora nos mercados internacionais pelo otimismo com uma resolução para a crise de dívida na zona do euro. A moeda norte-americana recuou 0,30%, a R$ 1,825 na venda. Na última sexta-feira, o dólar havia caído 3,24%, interrompendo uma sequência de cinco altas seguidas.
Em setembro, a divisa ainda acumula alta de 14,41%. No ano, a valorização do dólar em relação ao real é de 9,36%.
Zona do euro
Ante uma cesta de moedas, o dólar caía 0,5%, enquanto as bolsas de valores em Nova York cravaram altas acima de 2%, sinalizando o maior apetite por risco oriundo do alívio nas tensões na zona do euro.
Investidores repercutiram declarações de autoridades do bloco de que estariam estudando planos para reduzir a dívida da Grécia e recapitalizar bancos. Além disso, há expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) possa promover um corte de juros maior que o esperado na reunião de política monetária do próximo mês. Para o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, o dólar deve continuar oscilando ao sabor dos desdobramentos da crise na zona do euro.
BC em alerta
O profissional, contudo, ponderou que o Banco Central (BC) seguirá combatendo movimentos bruscos, como o que fez o dólar disparar nas últimas semanas. “A impressão que deu é que o BC não vai permitir um dólar acima de R$ 1,90, mas também não quer uma cotação menor que R$ 1,70”, afirmou.
Na quinta, o BC interveio pesadamente no mercado ao utilizar contratos de swap cambial tradicional para conter a disparada do dólar. A medida conseguiu reduzir a alta a 2,26% naquele dia, após a cotação ter superado R$ 1,95, maior patamar desde julho de 2009.
Crise pode repetir-se
A volatilidade registrada pelos contratos do mercado futuro de real e dólar nas últimas semanas aponta para uma probabilidade de 62% de repetição de uma crise com a mesma severidade do colapso do banco Lehman Brothers em 2008, conforme relatório do banco JPMorgan. Mesmo após as intervenções do Banco Central para estabilizar o mercado, o sentimento dos investidores é de que o pior da crise ainda não passou.
Fonte:Globo.com