21/10/2011 18:22
O presidente norte-americano, Barack Obama, disse nesta sexta-feira que irá retirar suas tropas do Iraque até o fim de 2011, quase nove anos após a invasão dos Estados Unidos, depois que ele não conseguiu convencer o Iraque de que vários milhares de militares deveriam permanecer naquele país como contrapeso ao vizinho Irã.
Depois que meses de negociações com autoridades em Bagdá não chegaram a um consenso para manter, talvez, milhares de soldados dos EUA no Iraque como treinadores, Obama anunciou que irá manter os planos de retirar completamente as tropas até o final do ano.
“Como prometido, o restante de nossas tropas no Iraque voltará para casa até o final do ano. Após quase nove anos, a guerra da América no Iraque estará acabada”, disse Obama a jornalistas.
A retirada total das tropas norte-americanas, com exceção de cerca de 160 soldados que permanecerão lá sob a autoridade do Departamento de Estado para treinar as forças iraquianas e um pequeno contingente de soldados que protege a embaixada dos EUA, representa um marco importante na guerra que começou em 2003 e resultou na remoção de Saddam Hussein do poder no Iraque.
Estima-se que 4.479 soldados dos EUA foram mortos na guerra do Iraque.
Obama fez essas declarações após uma videoconferência com o premiê iraquiano, Nuri al-Maliki, e disse que os dois estavam em total acordo sobre como avançar.
Obama e Maliki disseram que a retirada dos cerca de 40.000 militares restantes permitirá que as duas nações avancem para uma nova fase na sua relação de laços fortes, mas complicada.
“Os pontos de vista dos dois lados são idênticos em termos de começar uma nova fase das nossas relações estratégicas … depois da retirada no final do ano”, afirmou o gabinete de Maliki em comunicado.
Mas o anúncio destaca as lacunas que permanecem nas prioridades e nas realidades políticas dos EUA e do Iraque.
No início desta semana, o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, disse que as autoridades norte-americanas e iraquianas estavam em contínuas discussões que podem permitir que soldados dos EUA fiquem no Iraque além do prazo de 31 de dezembro.
No final, os dois países aparentemente não conseguiram chegar a um acordo sobre a proteção legal para qualquer soldado dos EUA que ficasse no Iraque.
Durante meses, a debilitada elite política do Iraque esteve em desacordo sobre se os soldados norte-americanos deveriam permanecer como treinadores. Bagdá rejeitou qualquer imunidade legal para soldados dos EUA, e Washington disse que isso significaria nenhum acordo.
O papel militar dos EUA no Iraque tem sido quase sempre reduzido a aconselhar as forças de segurança em um país onde os níveis de violência diminuíram drasticamente de um pico de conflitos sectários em 2006-2007, mas os ataques continuam acontecendo todos os dias.
Autoridades de alto escalão iraquianas dizem em particular que gostariam de ter uma presença de tropas norte-americanas para manter a paz entre árabes e curdos iraquianos em uma disputa sobre quem controla as áreas ricas em petróleo no norte do país.
Fonte:Terra