24/10/2011 10:31
O Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá chega à 18ª edição. A mostra ocorrerá a partir desta segunda-feira (24.10) e segue até domingo (30.10), no Cine Teatro de Cuiabá, na capital mato-grossense.Em comemoração à sua maioridade e à municipalização de suas ações em mais de 40 polos de cultura do Estado, o evento apresenta uma nova roupagem e ganhou a marca Cinemato.
De acordo com organizador do evento, Luiz Borges, os esforços estão concentrados em promover um bom festival, com filmes que representem toda a qualidade e o profissionalismo da produção audiovisual brasileira. “Assim como todos os festivais que acontecem no País, o festival de Cuiabá é um estímulo à exibição cinematográfica e a possibilidade de levar o cinema e a produção audiovisual até o público nas cidades mais distantes dos grandes centros”, destaca, acrescentando que, além disso, o evento se coloca como uma plataforma para que o setor discuta o desenvolvimento do setor, onde se promova encontros e oportunidades de negócio e troca de experiência.
Em um ano tão importante para o festival, seus organizadores elegeram uma grande personalidade mato-grossense para ser o homenageado da edição. Trata-se de Rosalvo Caçador, que atuou como ator no cinema brasileiro entre as décadas de 1960 e 1970. Também trabalhou por trás das câmeras, na produção, nas mais diversas funções, desde contrarregra a diretor e roteirista.
Cuiabano, nascido no antigo distrito de Brotas (atualmente Acorizal), assistiu muitos filmes de bang bang na sua adolescência, quando percebeu que tinha talento para fazer cinema. Seu primeiro trabalho foi na Rádio Voz do Oeste, em Cuiabá. Mais tarde, no final dos anos de 1950, se mudou para São Paulo com a intenção de botar em prática um sonho antigo. E foi no Diário Popular que viu a chance. Encontrou um anúncio convocando pessoas para trabalhar no cinema. Ali iniciava sua trajetória. Conheceu pessoas do meio artístico e começou a estudar artes dramáticas. Um ano e meio depois já estava participando do primeiro capítulo da série “O Vigilante Rodoviário”, de Ari Fernandes.
O primeiro longa do qual participou foi “Erótica (Vidas Nuas)”, de Odyr Fraga. Esteve presente em produções com Mazzaropi, como “O Lamparina” (1963), e José Mojica Marins, em “O estranho mundo de Zé do Caixão” (1968). Outro trabalho importante foi “Pantanal de sangue” (1971), de Reynaldo Paes de Barros.
Para Borges, a homenagem a Rosalvo possui um significado modelar para sociedade brasileira, em especial a mato-grossense. “Reconhecer, reparar e incorporar os artistas brasileiros na memória social deste país é dever e responsabilidade de todos. Ainda mais em se tratando deste sonhador que inseriu seu nome em dezenas de longas metragens ao lado de importantes diretores da cinematografia brasileira”, pontua.
Mostra Competitiva – Estão na disputa do troféu Coxiponé 11 vídeos, 13 curtas-metragem e dois médias. Os longas são atração à parte. As produções que compõem a mostra vêm arrancando elogios da crítica e aplausos do público pelas salas de cinema Brasil a fora. São eles: “Estamos juntos”, de Toni Venturi, “Hoje”, de Tata Amaral, “Mãe e Filha”, de Petrus Cariry, além dos documentários “Hollywood no Cerrado”, dos cineastas e professores Tânia Montoro e Armando Bulcão, e Copa Vidigal, de Luciano Vidigal.
Duas outras produções de longa metragem foram convidadas para integrar o festival, porém, estão fora de competição: “Capitães de Areia”, de Cecília Amado, e “Transmigration”, de Sheldon Elias.
Produção local – Para a alegria dos mato-grossenses, quatro produções locais estão na Mostra Competitiva – no ano passado foram apenas duas. Na competitiva de curta está “Depois da queda”, de Bruno Bini, e na categoria Vídeos estão: “Ao relento”, de Amauri Tangará, “Bolhas de sabão se desmancham no ar”, de Maria Thereza Azevedo” e “Mopo’I: O menino Manoki”, de Sérgio Lobato. Além destes, serão exibido fora de competição o curta metragem “O bilhete premiado”, de Felipe Desidério – totalmente produzido por residentes em Chapada dos Guimarães (MT) e “Before breakfast”, de Moema Umann – este na Mostra Informativa de Curtas.
Programação paralela – Cumprindo o seu papel social e de disseminador do audiovisual, o festival realiza ações paralelas à mostra competitiva. Entre elas estão a Mostra Cinema Paradiso e os projetos Cinema Escola e Cinema nos Bairros, além do Cinema em Pauta e da realização do 5º Encontro do Audiovisual do Centro-Oeste.
A Mostra Cinema Paradiso tem como principal objetivo garantir a individualidade e o reconhecimento dos direitos sociais, culturais e outros inerentes à natureza do indivíduo. “Esta mostra itinerante percorre instituições de saúde, assistenciais, prisionais e programas sociais com uma programação de filmes cuja temática venha minimizar os impactos causados pela atual condição destas pessoas, que tem em comum a impossibilidade temporária de liberdade, sejam por motivos de saúde, problemas com a justiça, desajustes sociais e precárias condições de subsistência”, explica a presidente do Instituto Cultural América (Inca), Keiko Okamura.
Já o Cinema Escola tem como meta educar pela arte e para a arte, através de dois campos fundamentais na formação do ser humano – cultura e educação. A busca é pela democratização do acesso à sala de cinema, visando criar nos alunos o interesse em frequentar este ambiente, e formar público. “Levamos à sala de projeção crianças da rede estadual de ensino, onde eles assistem à sessão do homenageado. As crianças são acompanhadas por um coordenador-mediador, que apresenta o filme”, informa Keiko, destacando que desta forma, alunos e professores têm acesso aos elementos básicos da linguagem audiovisual, indispensáveis na formação do olhar crítico do espectador. Essa ação conta com o apoio das empresas Mika Alimentos e Refrigerantes Marajá.
O projeto Cinema nos Bairros leva a sétima arte a regiões da periferia da capital, com exibições em praças públicas, ao ar livre. E o Cinema em Pauta entra em cena ao cair da tarde. Todos os dias, às 18h é o momento de pensar, discutir e refletir sobre os filmes apresentados na noite anterior. “É uma forma de se conhecer melhor os bastidores da produção do filme, seus desafios e decisões estéticas dos diretores”, assegura a presidente do Inca.
Realizado pelo Instituto Cultural América (Inca) e Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso, o Festival conta com patrocínio da Petrobras, Governo Federal, Ministério da Cultura e Secretaria do Audiovisual, Governo do Estado do Mato Grosso, Fundo Estadual de Fomento à Cultura, Conselho Estadual de Cultura. Possui ainda parceiros estratégicos como Secretaria de Estado de Turismo (Sedtur), Prefeitura de Cuiabá, Museu da Imagem e do Som (Misc), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência da UFMT, Monkey Filmes, TWK, Rádio Cidade, Folha do Estado, RM Uniformes, Serra Restaurante e Taki´o Japa.
Fonte:Secom/MT