Mercado reduz previsão de Selic a 9,75% no fim de 2012

05/12/2011 13:09

O mercado financeiro reduziu suas previsões para a Selic e a inflação em 2012, mostrou o relatório Focus do Banco Central (BC) nesta segunda-feira, que indicou ainda leve aumento nas estimativas para o crescimento da economia no próximo ano, alguns dias após o governo anunciar um pacote de estímulo econômico.

De acordo com o relatório, a expectativa para a taxa básica de juros, a Selic, para o final de 2012 caiu a 9,75% ao ano, ante 10% no documento anterior.

Tal movimento alinha-se ao cenário traçado pela curva futura de juros, que foi intensificado recentemente após recentes indicadores, como a produção industrial, sugerirem que a economia brasileira já sofre os efeitos do agravamento da crise internacional, sobretudo na zona do euro.

O relatório Focus desta segunda-feira é o primeiro a ser reportado após o Comitê de Política Monetária (Copom), sem surpresas, cortar o juro básico em 0,50 ponto percentual, para 11% ao ano, na última quarta-feira . Também é o documento que antecede a divulgação da ata do Copom, na próxima quinta-feira, que detalhará os motivos que levaram o colegiado do BC a reduzir a Selic na semana passada.

IPCA, PIB e Câmbio

A agravamento da crise externa foi o motivo apontado pelo Banco Central (BC) para os três cortes de juros implementados no segundo semestre, que somaram 1,5 ponto percentual. O BC vem reiterando que o ajuste moderado na taxa básica de juros é consistente com um cenário de convergência da inflação para o centro da meta em 2012, algo que ainda é visto com alguma reticência por parte do mercado.

De todo modo, o Focus mostrou nova queda nas previsões para a inflação em 2012 e em 12 meses. A expectativa para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012 diminuiu a 5,49%, ante 5,56%, ao passo que o prognóstico para os próximos 12 meses cedeu a 5,47%, frente a 5,58% na semana anterior.

A estimativa para a inflação neste ano, por outro lado, sofreu leve acréscimo: de 6,49% para 6,5%, batendo o teto da meta do governo, que tem centro em 4,5% e tolerância de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O prognóstico para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano voltou a cair, de 3,1% para 3,09%, mas a estimativa para 2012 subiu a 3,48%, contra 3,46%, alguns dias após o governo ter anunciado um pacote de medidas para impedir que a economia desfaleça.

Houve ainda mudanças na estimativa para a taxa de câmbio neste ano, que avançou a R$ 1,79 por dólar, ante R$ 1,75 no documento anterior, na primeira alta após sete semanas consecutivas mostrando estabilidade em R$ 1,75. Para o final de 2012, no entanto, a previsão foi mantida em R$ 1,75.

Fonte:IG

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