06/03/2012 09:51
Portugal atravessa a pior recessão da Democracia, com um ajustamento que em 2011 e 2012 custa mais de 5% da riqueza gerada no País. Só a actividade das empresas e a produção de bens e serviços que conquistem mercados no exterior ou substituam importações podem permitir ao País sair deste pântano, até porque os motores do consumo público e do consumo privado estão condicionados pelo endividamento. Por isso, a questão do bom uso dos fundos comunitários é fundamental para o nosso futuro.
Infelizmente, Portugal tem um passado pouco abonatório. Esbanjámos os milhões em demasiado betão, em palácios de vaidades e em cursos de formação de utilidade duvidosa. Paradoxalmente, a chuva de fundos comunitários acelerada em 1992 coincidiu com um grande processo de desindustrialização e com a perda de importância do sector agrícola. O dinheiro que resta, e que pode ser o último cheque generoso de Bruxelas, é mesmo a derradeira oportunidade para requalificar a indústria portuguesa e os recursos humanos. É fundamental que o dinheiro seja bem aplicado, quer seja gerido por Vítor Gaspar ou por Álvaro Santos Pereira.
Por:Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto