Ponte histórica do Coxipó vai dar lugar a trilhos do VLT

25/03/2012 12:50

Uma importante referência histórica de Cuiabá terá de ser removida para dar lugar às obras de preparação da cidade para a Copa do Mundo de 2014. Inaugurada em 1897, tombada em 1984, destruída por uma enchente em 1995 e reinaugurada em 2009, a Ponte de Ferro do rio Coxipó está no caminho do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).

Segundo o arquiteto Rafael Detoni, assessor especial de Mobilidade Urbana da Secopa, as exigências do novo modal vão obrigar a demolição das pontes de alvenaria e a retirada da ponte histórica.

“Existe no projeto um viaduto que passa por cima da Avenida Beira Rio e, como a distância é curta até o rio, vamos prolongá-lo até o outro lado”, diz. Para que a obra terminasse antes, preservando as pontes atuais, Detoni diz que seria necessária uma grande rampa. “Mas, neste caso, o VLT não conseguiria subir”, explica.

Além do viaduto que cruzará o rio, diz o arquiteto, haverá duas pontes laterais que permitirão o acesso da Fernando Corrêa à Beira-Rio e vice-versa. “Vamos ter que eliminar as duas pontes de alvenaria atuais para poder fazer o encaixe do viaduto. E a ponte de ferro vai ter de ser removida, pois não haverá espaço”, afirma.

A Secopa diz que a ponte de ferro, por ser desmontável, poderá ser reconstruída alguns metros adiante da atual localização, mantendo o aspecto atual. Mas a secretaria pretende encaminhar à Prefeitura a proposta de se aproveitar o material na criação de um novo acesso ao horto florestal, no bairro Coophema. “O horto tem uma frente para o rio. Então existe a ideia de aproveitar a ponte mais à frente, para se criar um novo acesso pela. O visitante chega de carro pela Beira Rio, estaciona e atravessa a pé”, diz.

LIGAÇÃO – Construída com estrutura metálica importada da Europa, a ponte de ferro do Coxipó foi uma importante via de acesso às regiões da Serra de São Vicente e Santo Antônio de Leverger.

Seu tombamento como Patrimônio Histórico e Cultural de Mato Grosso ocorreu em 1984. Em 1995, uma enchente arrastou consigo a estrutura metálica.

Os destroços ficaram abandonados às margens do rio até 2006, quando o governo estadual decidiu investir R$ 400 mil na restauração da estrutura de 54 metros de comprimento e 4,2 metros de largura.

Segundo Maria Antúlia Levente, coordenadora do Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura, a lei que determinou o tombamento não deverá impedir a remoção da ponte.

“Mesmo que em outro local, continuará a preservação. É preciso lembrar, ainda, que a restauração aproveitou muito pouco da estrutura metálica original, que estava muito deteriorada. Aquela ponte é praticamente uma réplica”, avalia.

Fonte: Diário de Cuiabá  Foto: Diário de Cuiabá

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