CPI protela novamente convocação de governadores

17/05/2012 09:47

A CPI do Cachoeira se reúne na manhã desta quinta-feira para votar requerimentos de quebra de sigilo fiscal e bancário de pessoas ligadas à quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira e de empresas controladas pelo chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás. A comissão também pedirá ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda, informações sobre movimentações financeiras atípicas de figuras como o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Os pedidos de convocação de governadores devem ficar mais uma vez fora da discussão. “Vai ser uma pauta técnica, unicamente para votar quebras de sigilo que precisam chegar com rapidez para municiar a ação dos parlamentares”, contou o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB). Segundo ele, os pedidos de convocação de governadores serão votados “mais para a frente”. A agenda da CPI em maio já está cheia.

O fato de o PT e o PSDB serem atingidos simultaneamente pelas denúncias contribui para o impasse. O brasiliense Agnelo Queiroz (PT), o goiano Perillo e o fluminense Sérgio Cabral (PMDB) são os principais governadores ameaçados pelas investigações. “Se forem colocar em pauta, queremos discutir a convocação dos três”, disse o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), numa demonstração do clima político reinante na CPI.

O senador Humberto Costa (PT-PE) também concorda que os requerimentos de convocação dos governadores devem ficar para depois. “Acho que nós temos que votar aquilo que já estava acertado”, afirmou Costa, referindo-se aos pedidos de quebra de sigilo. Seguindo o discurso adotado pelos governistas, o senador também defende que as investigações sobre a construtora Delta se restrinjam à atuação da empresa na região Centro-Oeste, o que pouparia a gestão petista no plano federal.

A CPI marcou para a próxima terça-feira aquele que deve ser o principal depoimento da comissão: o do próprio Carlinhos Cachoeira. A oitiva estava marcada para esta terça, mas foi adiada porque a defesa do contraventor obteve uma decisão favorável no Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, com acesso aos autos, Cachoeira fica sem argumentos para tentar impedir novamente sua ida ao Congresso.

Fonte:Veja

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