A ambição da cana

11/07/2012 10:05

O estado já o terceiro maior produtor de cana de país e o segundo maior produtor de etanol. Para este ano, a expectativa é de que se alcance a vice liderança na produção de cana também.
Com os pés fincados no pre­sente, mas o olhar mirando o futuro, toda a cadeia produtiva do setor agora quer que os frutos desse mercado ganhem também a notoriedade. Por isso mesmo, A Federação da A­gri­cul­tura e Pecuária de Goiás (Faeg), juntamente com o Sin­di­cato das Indústrias Fabrican­tes de Etanol e Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifa­çú­car) estão preparando o 1º Congresso do Setor Sucroe­ner­gético do Brasil Central, o Canacentro 2012.

O evento foi lançado na terça-feira, 3, na sede da Faeg, com a presença de empresários, representantes das entidades classistas e do secretário da Indústria e Comércio Exterior de Goiás, Alexandre Baldy. A iniciativa é uma maneira de mostrar o crescente poderio econômico do setor sucroenergético em todo o Centro-Oeste. Como Goiás é o mais proeminente, é ele quem vai sediar o primeiro encontro.

De acordo com o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, o evento será palco de exposição dos avanços do setor em Goiás e no Centro-Oeste, reunindo os principais atores do agronegócio brasileiro.

“A ideia vem sendo discutida desde a realização do Fórum dos Governadores do Centro-Oeste. Naquela ocasião, organizamos o Fórum Empresarial do Centro-Oeste, com todas as federações regionais, incluindo a do Distrito Fe­deral, em que discutimos vários assuntos, como as questões do Confaz (Conselho Na­cional de Política Fazendária), a Lei Kandir e buscando apoio de outras regiões”, diz Schreiner.

Orgulho

Na pauta de discussões do Canacentro estão a responsabilidade do setor – em função de sua importância – para alavancar a economia do país, a carência de medidas que apoiem o setor, além do debate em torno da quebra de incentivos fiscais. “Esta é uma ameaça muito grande para o pleno desenvolvimento”, avalia Schreiner. “Vamos sediar um valoroso evento que vai nos orgulhar a todos”, completa.

Entre os argumentos que moveram os empresários a idealizar o Canacentro, o crescimento do setor na região Centro-Oeste, especialmente em Goiás, é o mais contundente. Goiás tem uma vasta área plantada, mas, ainda assim, tem muito a crescer. “Só ocupamos 4% dos 30 milhões de hectares da área que o zoneamento nos dispõe”, diz Schreiner. Além disso, o estado produz 5% do açúcar do país e 12% do etanol nacional.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Fabricantes de Etanol ( Sifaeg), André Rocha, o Canacentro já nasce com a pretensão de ser grandioso, não por vaidade, mas para estar à altura daquilo é o próprio setor. “Vamos mostrar o amadurecimento do setor. Vamos buscar mais parcerias e fazer crescer o número de fornecedores, serviços, co­mér­cio. Nosso setor é o que mais tem feito investimento e gerado emprego na região”, avalia.

Sucesso

Rocha afirma que o Canacentro será criado à semelhança de seu irmão mais velho e muito bem sucedido, o Congresso da Cana de Mato Grosso do Sul (Canasul ). E é claro, ao falar dos demais objetivos: “queremos destacar a liderança do estado de Goiás no setor. Assim, estaremos dando uma resposta ao nosso governo estadual sobre a importância desse setor.”

O presidente da Sifaeg também analisa a atual situação de gargalos que acabam emperrando o andamento produtivo do setor sucroenergético. Segundo ele, a safra deste ano ainda está por ser estimada (divulgação prevista para o segunda metade de julho), mas é possível que, com ela, Goiás passe a ser o segundo maior produtor de cana do país.

Por outro lado, Rocha reclama da política econômica do governo federal, que, segundo ele, é ruim para o setor. “O governo cira medidas de controle da inflação muito prejudicial, como a redução de IPI (Im­posto sobre Produto In­dustrializado) para automóveis. Enquanto a produção de carros aumenta, a de etanol não, e isso acaba bagunçando o setor”, diz, lembrando também que Goiás é o segundo maior consumidor de etanol do Brasil.

Fonte:Portaldoagronegócio

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