Arena Pantanal pode virar centro acadêmico após Mundial

12/07/2012 14:01

Desde que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) bateu o martelo para que a Copa do Mundo de 2014 fosse realizada no Brasil a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) começou a desenvolver iniciativas articulando ações de implementação necessárias para receber o evento. Compõe esse conjunto de trabalho a construção de 12 arenas que estão sendo erguidas ou reformadas para celebrar os Jogos Mundiais.

O evento conta com a iniciativa privada e o governo para adequar a infraestrutura do país ao que recomenda a entidade maior do futebol mundial. Pelo menos mais seis estádios do tipo “arena multiuso” estão sendo erguidos país afora, totalizando, assim, 18 praças esportivas que pós-Copa também serão palco para a realização de shows, congressos, convenções, feiras e eventos diversos.

Trata-se do conceito europeu moderno de estádio. Nele, não há espaço para alambrados nem para a geral, arquibancada rente ao gramado onde se assiste aos jogos em pé. Os estádios se transformam em arenas multiuso, preparadas para receber shows e os mais variados eventos, dotadas de restaurantes, galerias de arte, lojas e enormes camarotes VIPs.

Na Arena Pantanal, por exemplo, que está sendo erguida no antigo estádio Verdão, localizada nas proximidades da região portuária de Cuiabá, os 43 mil lugares serão cobertos. O governo de Mato Grosso estuda a possibilidade de abrigar uma universidade nas dependências do novo estádio. A administração pública acredita que o Complexo Esportivo servirá de ponto turístico e, além disso, da prática desportiva. Atualmente nas dependências há o parque aquático e o ginásio de arte marciais já em efetivo funcionamento.

Outro ponto positivo é a redução de até 30% dos assentos, promovendo a sustentabilidade financeira da arena. Tal característica possibilita a redução de cerca de 17 mil dos 43.136 assentos previstos para os jogos do Mundial de 2014. A diminuição da capacidade do estádio após a Copa do Mundo será analisada conforme a demanda real de público para eventos esportivos e culturais.

Durante visita à Arena Pantanal no mês de maio, o ministro do Esporte Aldo Rebelo, ressaltou que a construção não pode se restringir à concepção antiga do estádio – o campo e a arquibancada. “Todos os estádios que estão sendo construídos seguem o padrão multiuso, no qual o jogo de futebol deixa de ser a coisa mais importante”, ressaltou.

De acordo com Aldo Rebelo, as cidades-sede necessitam desses grandes templos da era moderna. Ele citou como exemplo o Estádio de Wembley, de Londres, no qual são promovidos eventos, shows, convenções e até mesmo casamentos. Estima-se que por ano são realizadas apenas 10 partidas de futebol. “Todas as despesas são mantidas por essas atividades. Trata-se de uma demanda não só da Copa, mas o fato de a cidade estar crescendo e carece desses espaços”.

A obra do novo estádio de Cuiabá – que receberá os jogos da Copa – prevê a construção de uma arena e um complexo de lazer. O empreendimento terá mais de 300 mil m² e foi concebido para receber, além dos jogos de futebol, diversos outros eventos que devem garantir a sustentabilidade financeira da Arena.

ARENA PANTANAL

O último relatório de acompanhamento bimestral do Tribunal de Contas da União (TCU) – O TCU e a Copa do Mundo de 2014 – aponta a Arena Pantanal com o “custo por assento” mais baixo entre as 12 cidades-sede. O valor é de R$ 8.457,81, utilizados como comparação entre os demais estados. O custo total da Arena é de R$ 359 milhões (valor que exclui as adequações viárias previstas no entorno do estádio). O estádio possuirá capacidade para 43 mil lugares.

De acordo com o relatório do TCU, o custo da obra civil da Arena do Pantanal encontra-se razoável quando comparado ao custo de outras arenas. O intuito de fiscalização é verificar a conformidade dos atos relacionados com a operação de crédito relativa ao projeto, celebrado entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Estado de Mato Grosso.

O estudo aponta que em relação à situação dos financiamentos, o antigo Verdão está sem indícios aparentes de irregularidades no processo de concessão de financiamento. As fiscalizações do TCU vêm ocorrendo desde novembro de 2009, quando o órgão decidiu adotar procedimento de relatoria única para os processos de fiscalização da Copa do Mundo de Futebol de 2014.

O projeto da Arena Pantanal foi reconhecido internacionalmente em 2010 como um dos melhores empreendimentos imobiliários do continente americano. O escritório paulista de arquitetura GCP Arquitetos foi agraciado com a medalha de ouro na categoria Empreendimentos Públicos, do The AmericasPropertyAwards 2010, pelo projeto da Arena Pantanal, que acolherá os jogos da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014, em Cuiabá.

Nos cenários nacional e internacional, o novo Verdão se destaca como um dos estádios brasileiros que buscam a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), um sistema de certificação para verificar e atestar a qualidade ambiental de um empreendimento.

Desde maio de 2011, a Secopa, o Consórcio Santa Bárbara/Mendes Júnior e o Ministério do Trabalho e Emprego desenvolvem o projeto Ação Integrada pela Qualificação e Inserção Social dos Egressos de Trabalho Escravo, que proporciona a inclusão social de pessoas que eram submetidas a condições análogas à escravidão.

Atualmente, o projeto atende 24 trabalhadores, que, além do emprego com Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) assinada, recebem alimentação, alojamento, curso de alfabetização e qualificação profissional. A iniciativa já recebeu elogios da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Outro projeto social é a contratação de presidiários, resultado de um convênio firmado com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em 2010, Cuiabá foi a primeira cidade-sede a aderir ao projeto, que conta atualmente com nove reeducandos em regime semiaberto.

Fonte: Reporter MT

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