14/07/2012 08:20
Na próxima terça-feira (17), a greve de professores nas instituições federais completa dois meses. Em todo o País, já são 92 instituições sem aulas, sendo 56 universidades, além de 34 institutos de educação tecnológica.
A expectativa era que o movimento terminasse ontem (13), após a primeira reunião realizada entre representantes dos professores e do governo. No encontro, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, apresentou a proposta feita pelo sua pasta em conjunto com o Ministério de Educação, que prevê um aumento de até 45% no salários dos docentes até 2015.
Entretanto, de acordo com Marinalva Oliveira, presidente da Andes (Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior), a categoria não aceitou os argumentos e deve manter a paralisação até que seja estabelecido um acordo.
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— No começo da reunião, não nos deram a proposta por escrito. Apenas nos passaram números referentes ao aumento, sem definir as metas do plano de carreira. No segundo momento da conversa, passaram a proposta e pediram uma resposta em até dois dias. Isso é inviável. Ainda vamos debater com o comando de greve e com as centrais sindicais.
Uma nova reunião será feita no dia 23, em Brasília, quando os docentes devem apresentar ao governo um parecer sobre a proposta. Até lá, a greve deve ser mantida.
Proposta
A proposta do governo prevê aumento no salário inicial do professor com doutorado e com dedicação exclusiva, que será de R$ 8,4 mil, e também nos salários dos professores já ingressados na universidade, com título de doutor e dedicação exclusiva, que poderão passar de R$ 7,3 mil para R$ 10 mil.
Ao longo dos próximos três anos, a remuneração do professor titular com dedicação exclusiva passará de R$ 11,8 mil para R$ 17,1 mil, sem um nível de carreira em 13 níveis, quatro a menos que o atual regime dos docentes.
O governo prometeu investir R$ 3,9 bilhões até 2015 para manter o aumento no salário. De acordo com a ministra do planejamento, Miriam Belchior, do total do montante, 40% serão usados a partir de 2013 e o restante será gasto até 2015.
Pela proposta, cerca de 143 mil professores devem ser beneficiados. De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o maior aumento, de 45%, será para os professores doutores. O reajuste também beneficiará os demais 20% dos professores, que atuam em regimes de 40 ou 20 horas semanais e sem regime.
— Esses professores podem ter aumento entre 12% e 20% do salário.
Segundo a ministra do planejamento, houve precipitação de determinadas lideranças sindicais, que iniciaram a greve.
— Havia o compromisso [do governo] de apresentar uma proposta e não seria necessário comprometer as aulas e as inscrições do Sisu e até arriscar a ida dos 12 mil estudantes do Ciências sem Fronteiras para o exterior, em setembro.
Greve geral
A paralisação já atinge 56 das 59 universidades federais, além de 34 institutos federais de educação tecnológica. Os professores pedem reestruturação simples em 13 níveis, com variação de 5% de valor. Atualmente, a progressão salarial é dividida em níveis e subníveis não muito claros, que tornam difícil a ascensão do profissional ao topo da
Fonte:Boainformação