29/07/2013 22:48
O Estado de Mato Grosso ocupa a 11ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), com índice de 0,725.
Na comparação entre os 5.565 municípios pesquisados, Cuiabá é a primeira cidade, porém está em 92ª posição, com índice de 0,785 no IDHM.
O número é alto, se comparado ao de 1991, de 0,449, porém ainda revela uma Estado rico, com população pobre, segundo o economista Maurício Munhoz. Numa escala de 0 a 1, o índice 1 é considerado o mais avançado.
Divulgado nesta segunda-feira (29), o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) e a Fundação João Pinheiro (FJP), leva em conta três critérios: longevidade, educação e renda.
Quando comparado aos estados que compõem a região Centro-Oeste, Mato Grosso é o último colocado.
O Estado está atrás, respectivamente, do Distrito Federal (0,824), em primeiro lugar no ranking nacional, Goiás (0,735), em oitavo lugar, e Mato Grosso do Sul (0,729), em 10º.
Para se ter uma ideia, o primeiro município do país é São Caetano do Sul, em São Paulo, com 0,862.
O pior colocado mato-grossense é Campinápolis (685 km a Leste de Cuiabá ), em 5.339º, no âmbito nacional e em último lugar no Estado, com índice de 0,538. O pior colocado do país é Melgaço, no Pará, com índice de 0,418.
Reforço da desigualdade
Para Maurício Munhoz, a pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento é “emblemática”, e nesse sentido também fundamental, por levar em conta estimativas sociais, e não apenas econômicas.
“A metodologia é muito interessante porque mostra a qualidade de vida das pessoas e não a representatividade tão falada do Estado no Produto Interno Bruto (PIB) do país. Mesmo porque, neste segundo caso, sempre somos campeões”, afirmou.
Ao se levar em conta a longevidade da população, a renda e, principalmente, sua educação, observou o economista, nota-se que um Mato Grosso rico se apresenta perante uma população ainda pobre.
“Temos, atualmente, um modelo econômico que apresenta riqueza, mas uma riqueza que não fica aqui. Os dados demonstram isso. Se não estamos entre os melhores, nosso modelo está errado. Só pensamos em exportar matéria-prima, o que significa também que o giro desse dinheiro fica onde o produto vai e o pouco que volta, vai para os produtores”, disse Munhoz.
“Essa suposta qualidade de vida não chega. Nossas estradas são exemplos, vemos vez ou outra caminhões que escoam os produtos causando acidentes fatais. Nem abastecer aqui em Mato Grosso eles abastecem mais. Vem aqui, pegam a soja e vão embora. Atualmente, nossa economia mais produz e reproduz desigualdades do que o contrário”, completou.
O ideal, segundo Munhoz, seria a fomentação de industrialização local.
“Agroindustrializar Mato Grosso é a melhor maneira de começar a mudar a realidade que vivemos. Pegar, por exemplo, o caju e produzir sua castanha, seu fruto. Trabalhar com pequenas indústrias significa gerar trabalho e impostos, o que também significa fazer o dinheiro ficar aqui”, disse.
Indicadores
O IDHM é um índice composto por três indicadores de desenvolvimento humano: vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda).
O IDHM do país não é a média municipal do índice, mas é um cálculo feito a partir das informações do conjunto da população brasileiras em relação aos três indicadores.
O IDH municipal também tem critérios diferentes do IDH global, que o Pnud divulga anualmente e que compara o desenvolvimento humano entre países.
Entre os três indicadores que compõem o IDHM, o que mais contribuiu para a pontuação geral do Brasil em 2013 foi o de longevidade, com 0,816 (classificação “desenvolvimento muito alto”, seguido por renda (0,739; “alto”) e por educação (0,637; “médio”).
Apesar de educação ter o índice mais baixo dos três, foi o indicador que mais cresceu nos últimos 20 anos: de 0,279 para 0,637 (128%).
Fonte: Midia News
Segundo o Pnud, esse avanço é motivado por uma maior frequência de jovens na escola (2,5 vezes mais que em 1991). No indicador longevidade, o crescimento foi 23% entre 1991 e 2010; no caso de renda, a alta foi de 14%.