Corte egípcia ordena que Hosni Mubarak seja solto

26/08/2013 12:20

Uma corte egípcia ordenou nesta quarta-feira (21) a soltura do ex-presidente Hosni Mubarak, segundo fontes judiciais e de segurança. Com isso, ele pode deixar a prisão nos próximos dias, já que não há mais justificativas legais para sua detenção.

Um advogado disse à Reuters que Mubarak poderá ser solto na quinta-feira. A promotoria egípcia não poderá recorrer da decisão. “A decisão de soltar Mubarak divulgada hoje é final e a promotoria não pode apelar contra ela”, disse o juiz Ahmed el-Bahrawi.

Mubarak, de 85 anos, está sendo novamente julgado por uma acusação de ordenar o assassinato de manifestantes durante a revolta que resultou na queda dele, em 2011, mas já cumpriu a prisão preventiva máxima nesse caso.

    Imagem da TV estatal egípcia mostra o ex-presidente Hosni Mubarak sentado atrás das grades, durante seu julgamento na Academia de Polícia no Cairo. (Foto:  TV estatal egípcia / Via AFP Photo)

Mubarak foi colocado em liberdade condicional à espera de um julgamento em um caso de corrupção na segunda-feira (19), mas permanecia detido por causa de outra acusação.

Egito vive o mais sangrento conflito interno da sua história moderna, com uma violenta repressão das forças de segurança contra ativistas que protestam contra a deposição do presidente islâmico Mohamed Morsi, que foi derrubado em 3 de julho pelas Forças Armadas, após intensos protestos da oposição.

Mubarak e seu ministro do Interior foram condenados à prisão perpétua no ano passado por não terem impedido a morte de manifestantes durante os protestos que o derrubaram. Mas recursos da promotoria e da defesa farão com que o julgamento seja repetido, e ele poderá aguardar em liberdade.

Mubarak não compareceu pessoalmente às audiências judiciais de sábado e segunda-feira. Ele está detido na penitenciária de Tora, na zona sudoeste da capital — mesmo lugar para onde membros da Irmandade Muçulmana foram levados depois do movimento militar que derrubou Mursi.

A possível libertação de Mubarak deve causar ainda mais agitação no mais populoso país árabe, onde 850 pessoas já morreram, incluindo 70 policiais e soldados, desde que as forças do governo provisório dissolveram com violência dois acampamentos de partidários de Mursi no Cairo.

Fonte: G1

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