‘Rolezinho’ mobiliza até esfera judicial, mas movimento fracassa

01/02/2014 14:08

O movimento ‘Rolêzin no Tchóp’ previsto para acontecer no final da tarde desta sexta-feira (31), no Goiabeiras Shopping, acabou sendo só alarme e reuniu pouco mais de 10 pessoas. Marcado para as 17h, o evento tinha previsão de reunir 485 pessoas, a maioria jovens, mas a mobilização ficou só na rede social Facebook.

Enquanto o número de integrantes era reduzido, o efetivo policial estava preparado para uma verdadeira “invasão”. Pelo menos 50 policiais militares e do serviço de inteligência, além de agentes do conselho tutelar, agentes de trânsito e seguranças do próprio shopping estiveram no local para garantir segurança em face da mobilização, que prometia ser grande.

Marcos Lopes/HiperNotícias
No Facebook, rolezinho contava com a presença de 485 pessoas, mas movimento só reuniu um grupo de 10 estudantes


Tedson Souza, um dos poucos participantes, que veio do bairro Pedra 90 junto com o irmão e mais um amigo, comentou que o rolezinho é uma forma de impedir o “preconceito das pessoas com o povo da periferia”, disse.

“Eu vim acompanhar meu irmão em uma entrevista de emprego e, quando fomos ao banheiro para ele tirar os piercings e o boné, já tinha dois seguranças lá dentro cuidando da gente. Eles pensam o que? Nós somos de periferia, mas não somos bandidos”.

Fábio Ramires, estudante da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), apontou que não tem nada de mais passear no shopping – e que este seria o significado do rolezinho. “Nós não temos lazer em nosso bairro, então vamos dar uma volta no shopping. Somos impedidos de ir à praça do bairro ou ficar na rua, se no bairro não tem praça, então vamos para o shopping; aqui tem ar-condicionado e um sorvete de dois reais”, afirmou.

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Agentes do Conselho Tutelar também estiveram no shopping para evitar possível tumulto causado pelo rolezinho

Já para uma senhora idosa que passeava com os netos pelos corredores do shopping, o rolezinho é apenas motivo para os jovens “aparecerem”. “Rolézinho? O que é isso? Eu nem sei se essa palavra existe. Eles querem é aparecer. Ainda bem que nem teve nada”, afirmou.

MOBILIZAÇÃO

O movimento foi tão fraco que nenhum organizador do grupo Rolêzin no Tchóp compareceu durante a tarde. A mobilização do movimento foi mais marcante do que o próprio movimento.

Desde que se começou a se cogitar a realização de um rolezinho, discussões em torno do assunto foram constantes. De um lado, os apreciadores do movimento e da luta de classe e, do outro, os empresários e contrários à ideologia do rolezinho.

A situação foi tão polêmica que foi parar até na esfera judicial. O Pantanal Shopping, por exemplo, recorreu à Justiça para evitar a realização do evento e teve o pedido negado pelo juiz Yale Sabo Mendes Júnior, da 7ª Vara Cível de Cuiabá. Na ocasião, o magistrado entendeu que impedir o movimento seria um “apartheid brasileiro”.

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Movimento mobilizou PM, agentes de trânsito e foi alvo de ação na Justiça

Contudo, o shopping recorreu e a desembargadora Clarice Claudino da Silva proibiu o evento, porque considerou que foi comprovado o risco concreto que corriam o estabelecimento comercial, os lojistas e o público que frequenta o shopping.

A desembargadora inclusive determinou a presença da PM para impedir o ato e até os representantes dos shoppings de Cuiabá se reuniram para traçar um plano de ação para impedir qualquer tumulto.

Fonte: Hiper Noticias

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