Motoristas de ônibus reclamam de constantes assaltos em Várzea Grande

18/04/2014 12:30

Motoristas de ônibus que atuam nas linhas municipais de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá são alvo constante da ação de assaltantes, mesmo depois da retirada dos cobradores. Os crimes ocorrem nas regiões periféricas, durante a noite, quando não há nenhuma ronda policial, segundo reclamam os trabalhadores.

Chico Ferreira

O motorista C.L.B, 34, conta que no mês passado foi alvo de um mesmo ladrão duas vezes na mesma semana, na região do bairro Capão Grande. O bandido aproveita quando usuários param os ônibus, e na espreita, entra no veículo, anunciando o roubo contra o motorista. O criminoso utiliza uma faca para ameaçar o condutor, que entrega a quantia referente às passagens.

Nos bairros Nova Esperança e Jardim Imperial, os motoristas apontam a presença de uma mulher grávida, sendo usada como “isca”, para que o condutor pare e um ladrão armado com revólver entre.

Apesar das constantes queixas, a Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU) registrou queda de quase 90% no número de ocorrências em Cuiabá e Várzea Grande, depois da retirada dos cobradores e implantação do cartão transporte.

Segundo o gestor de segurança da MTU, Raimundo Silva Santos, em 2013, foram registrados 28 ocorrências de roubo nos coletivos da Capital e região metropolitana.. Nesse período, a obrigatoriedade do cartão transporte como único meio de pagar a passagem já estava em vigor há pelo menos 1 ano.

O gestor explica que com menos circulação de dinheiro nos veículos houve redução de assaltos, mas destaca que ainda há casos, principalmente praticados por usuários de drogas, que veem nos ônibus oportunidade de conseguir uma pequena quantia para comprar entorpecente. “Há 2 anos, sofríamos até 100 assaltos por mês, fato que aumentou a necessidade de utilizar apenas o cartão transporte como meio de pagamento das passagens”.

Conforme Souza, o criminoso vê ainda a oportunidade de roubar, quando não há segurança. “No período noturno não há policiamento, fica reduzido, não vemos viaturas, principalmente nos bairros mais afastados”.

O gestor critica ainda a infraestrutura municipal, que contribui para os assaltos. “Os motoristas têm que reduzir a velocidade por causa de buracos, não há iluminação pública em alguns bairros, em outros, os terrenos baldios tomam conta, tudo isso contribui para a criminalidade”, pontua.

Fonte: Gazeta

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