Promotor de Justiça se recusa a fazer bafômetro em Cuiabá

18/07/2014 03:12

O promotor de Justiça Marcos Regenold teve sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação) apreendida, na noite desta quarta-feira (16), após se recusar a fazer um teste de bafômetro.

Ele dirigia um veículo Jetta, da Volkswagem, placas OBQ-6810, e foi abordado por uma blitz da “Operação Lei Seca” na Praça Popular, em Cuiabá.

Segundo o delegado Christian Cabral, titular da Delegacia de Delitos de Trânsito da Capital, informou ao Midianews, os policiais que abordaram o promotor não constataram sintomas aparentes de embriaguez.

“O promotor só foi autuado administrativamente por haver se recusado a realizar o teste do bafômetro, que é uma infração de trânsito”, esclareceu.

“Eu tinha acabado de dobrar a esquina da minha casa quando fui parado pela blitz. Expliquei a situação, porque já havia lido reportagens de que o produto Listerine pode aparecer no teste do bafômetro, e pedi meia hora para fazer o teste”

Regenold, que atua no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual (MPE), foi notificado por “dirigir sob a influência de álcool”.

Regenold foi multado em R$ 1.900,00 e perdeu sete pontos em sua carteira de habilitação.

Sua mulher, chamada Jéssica, teve que conduzir o veículo após o episódio.

Atualmente, Regenold atua na Vara de Delito de Trânsito de Cuiabá.

Ararath

O promotor é investigado pela Operação Ararath, da Política Federal. Segundo acusação do Ministério Público Federal (MPF), ele teria dado proteção ao ex-secretário de Estado Eder Moraes, durante as investigações.

Eder está detido, desde 20 de maio passado, no Presídio da Papuda, em Brasília.

“Eu usei Listerine”, diz promotor

Em contato com a reportagem do MidiaNews o promotor de Justiça Marcos Renegold afirmou que optou por não fazer o teste de bafômetro porque havia escovado seus dentes e, na sequência, usado enxaguante bucal Listerine.

“Eu tinha acabado de dobrar a esquina da minha casa quando fui parado pela blitz. Expliquei a situação, porque já havia lido reportagens de que o produto pode aparecer no teste do bafômetro, e pedi meia hora para fazer o teste. Eles, no entanto, foram irredutíveis e não aceitaram”.

Ainda, segundo Regenold, não havia delegado e nem médico no local.

“Eu pedi também para fazer exame clínico, mas não tinha nenhum médico para assinar o pedido. Aí eles falaram pra eu ir até o Instituto Médico Legal (IML) fazer o exame de sangue, cheguei lá, falaram que precisava de uma requisição, assinada por um médico. Porém, na blitz, não tinha médico. Não consegui fazer o exame”, disse.

O promotor também negou que estivesse embriagado.

“Foi feito auto de constatação que mostrou que eu não tinha sintomas de embriaguez, por isso mesmo me liberaram. Se eu tivesse sintomas de embriaguez, eles tinham obrigação de me prender sob pena de prevaricação.Eu tinha acabado de sair de casa. Não estava embriagado”.

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