Éder Moraes diz que dinheiro movimentado não é de roubo

28/07/2014 02:08

O ex-secretário de Fazenda do Estado, Éder Moraes, participa, nesta quinta-feira (31), da audiência da ação penal originada da Operação Ararath, na na 5ª Vara Federal de Cuiabá.

Ele entrou no prédio da Justiça Federal, na Avenida do CPA, pelo térreo, na porta reservada aos detentos.

O advogado Paulo Lessa, que faz a defesa de Éder, afirmou que o ex-secretário nega todas as acusações sobre a suposta lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e crimes contra o sistema financeiro imputadas a ele.

Segundo Lessa, Éder garante que os valores milionários supostamente movimentados de forma clandestina entre ele e empresários, políticos e factorings “não são frutos de roubo, mas de doações e patrocínios comprovados em documentos apreendidos pela Polícia Federal, na quinta fase da operação”.

Como testemunhas do ex-secretário devem depor, nesta quinta-feira, o auditor-geral do Estado, José Alves Pereira Filho, seu antecessor José Gonçalves Botelho do Prado e o ex-procurador do Estado João Virgílio.

Paulo Lessa explicou que eles foram arrolados como testemunhas porque têm conhecimento de como entra e sai o dinheiro movimentado no âmbito do Governo do Estado.

Também deve depor em favor de Éder a colunista social Karina Nogueira. Ela é ex-mulher de Júnior Mendonça- empresário pivô do esquema e responsável pelas denúncias que originaram a operação.

No entanto, o advogado não possui a confirmação se ela vai depor nesta quinta ou na audiência marcada para sexta-feira (1º).

Além de Éder e sua esposa, Laura Tereza da Costa Dias, também figuram como réus o ex-superintendente regional do BicBanco, Luiz Carlos Cuzziol, e o ex-secretário-adjunto do Tesouro Estadual, Vivaldo Lopes.

As demais audiências da ação penal ocorreram nos dias 3, 24 e 25 de julho.

Pedido de liberdade

Éder Moraes estava preso, desde o dia 20 de maio, no Complexo da Papuda, em Brasília, e foi transferido para Cuiabá na última semana, devido à extinção da unidade prisional.

Atualmente, ele está detido na sede da Polinter, na região do CPA.

O advogado Paulo Lessa adiantou que irá pedir ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que revogue a prisão preventiva.

“Por enquanto, ele continua detido porque, para a Justiça, ele ainda teria influência na ação penal da Ararath, o que nós refutamos”, disse o advogado.

Também tramitam no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) outros dois habeas corpus com pedido de soltura para Éder.

Os demais investigados na operação – como o senador Blairo Maggi (PR) e o deputado estadual José Riva (PSD) – respondem a inquérito no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), devido à prerrogativa de foro.

Também são investigados no inquérito o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Sérgio Ricardo de Almeida; o conselheiro afastado do TCE-MT, Humberto Bosaipo; o promotor de Justiça Marcos Regenold; o desembargador afastado Evandro Stábile; o governador Silval Barbosa (PMDB); e o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB)

Entenda a operação

A Operação Ararath, que está na 5ª fase, foi deflagrada em 2013. A Polícia Federal estima que os integrantes do esquema movimentaram, desde 2006, mais de R$ 500 milhões.

Segundo as investigações, o grupo investigado utilizava-se de empresas de factoring (fomento mercantil) como fachada para concessão de empréstimos a juros a diversas pessoas físicas e jurídicas no Estado.

O dinheiro teria sido utilizado para viabilizar campanhas políticas e até para compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado, de acordo com a denúncia.

FONTE: MIDIA NEWS

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