06/10/2014 00:10
Seis frigoríficos de Mato Grosso foram habilitados para exportarem carne bovina a Cuba. Em todo o país, foram liberadas 37 unidades industriais, sendo 23 de carne bovina e industrializados e 14 de produtos lácteos e leite em pó.
De acordo com o comunicado do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na quinta-feira passada (2), o número de estabelecimentos exportadores de carne bovina aptos a comercializarem com Cuba praticamente dobrou com essas novas habilitações, sendo que antes havia 22 unidades frigoríficas e 26 indústrias produtoras de lácteos aptas à exportação para aquele país.
De Mato Grosso, estão liberados para enviar carne bovina a Cuba três unidades frigoríficas do Frialto, localizadas em Sinop, Nova Canaã do Norte e Matupá, duas unidades do grupo JBS instaladas nos municípios de Pontes e Lacerda e São José dos Quatro Marcos e a unidade do Marfrig de Tangará da Serra.
Além de Mato Grosso, também foram habilitadas indústrias frigoríficas nos estados de Tocantins, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo. Os estabelecimentos exportadores de lácteos liberados para exportação estão localizados em Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo.
O Ministério da Agricultura informou ainda que simplificou o processo de habilitação de plantas de estabelecimentos que poderão exportar para Cuba. Com a Resolução nº 54/2014, o Brasil poderá indicar as plantas para exportação com base nas garantias oferecidas pelo serviço sanitário brasileiro, sem a necessidade da inspeção cubana para verificar se as condições de produção estão adequadas às normas sanitárias vigentes no país.
Essa medida já vigorava desde o ano passado, com a publicação da Resolução nº 85, mas atendia somente os estabelecimentos exportadores de carne de frango e suína. Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Leandro Feijó, essa simplificação na habilitação das plantas frigoríficas para exportação àquele mercado “era bastante aguardada pelo setor produtivo”.
MERCADO – Mesmo com a ampliação do mercado consumidor internacional, com novas plantas frigoríficas aptas a exportarem para a Rússia neste ano e com o fim do embargo chinês à carne brasileira, a situação da indústria frigorífica de Mato Grosso “não é das melhores”, como registram os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
No último boletim semanal, o Imea identifica um aumento de 26% na arroba do boi gordo em um ano, enquanto o ECD – couro, cortes desossados e coprodutos – subiu 16% no mesmo período. Sendo assim, a indústria não tem conseguido repassar os maiores gastos na venda de seus produtos. Outra constatação dos analistas é que os frigoríficos enfrentam dificuldadesna compra de animais, por causa da escassez na oferta.
Somado a isso, o valor da carcaça casada não ultrapassa o valor de R$ 8/kg, apesar dos preços dos cortes no varejo estarem 20% mais caros e em constante elevação nas últimas semanas. Diante desse cenário, a alternativa para a indústria frigorífica é incrementar as exportações.
Fonte: A Gazeta