05/06/2015 14:15
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) calcula que os produtores de soja de Mato Grosso terão que desembolsar R$ 1 bilhão a mais no cultivo da soja na safra 2015/2016, devido ao atraso na compra dos insumos, que foi provocada pela demora na liberação dos recursos do crédito de custeio. O impacto foi estimado em R$ 116,35 por hectare de soja.
Segundo o Imea, até agora os produtores de soja de Mato Grosso compraram apenas 22,3% dos insumos (fertilizantes, defensivos e sementes), ritmo bem abaixo dos 69,5% adquiridos até maio do ano passado. Os técnicos estimam que até o início do plantio, em setembro, os produtores terão que desembolsar mais R$ 12,75 bilhões, valor três vezes superior aos R$ 3,8 bilhões que faltavam em maio do ano passado para fechar a safra 2014/2015.
Os dados fazem parte de um estudo feito pelo Imea sobre o impacto do atraso no lançamento do Plano de Safra 2015/2016, que foi divulgado ontem pela presidente Dilma Rousseff. O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, considera importante o 20% aumento no montante de recursos para financiamento da agricultura empresarial, para R$ 187,7 bilhões, em função do momento econômico em que o país vive. Entretanto, diz ele, “levando em consideração o custo de produção e a inflação acaba não mudando muita coisa”.
O estudo feito pelo Imea, que é vinculado à Famato, mostra que sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas têm a maior participação do custo total da produção agrícola, representeando 58% em média nas últimas três safras. O estudo apontou que entre os principais insumos que compõem os custos de produção o maior impacto do atraso vem dos defensivos agrícolas com participação de 53,30% (R$ 554,7 milhões). Em seguida estão os fertilizantes (29,42% ou R$ 306 milhões) e as sementes (17,29% ou R$ 179,9 milhões).
Segundo o Imea, além do atraso na liberação do crédito de custeio, outros fatores têm contribuído para os produtores rurais de Mato Grosso terem mais cautela na definição da próxima safra. Os técnicos citam entre os fatores “a alta cambial ocorrida nos últimos meses, motivada pelas políticas governamentais, e a insegurança por parte dos investidores que contribuiu para a elevação dos custos dos insumos, cujos preços são fixados em dólar”.
Fonte.:PortalAgronegocio