05/10/2015 18:39
O PMDB aposta em Maggi, o PSDB quer voltar a ser grande e o DEM espera um “milagre” de Várzea Grande
Articulações, alianças e especulações fazem parte do jogo político-eleitoral. Não apenas em ano eleitoral. Mas também nos que antecedem as eleições.
São nestes, em especial na segunda metade deles, que as conversas sobre candidaturas e coligações começam a aparecer.
2015, portanto, está longe da exceção. Tanto que os partidos políticos do Estado retomam suas tarefas de reconstrução partidária, com vistas a receberem mais filiados.
Ritual que se repete. Sempre de olho nas disputas vindouras. Filme antigo, com igual roteiro e até com velhos personagens. Mudam apenas alguns dos rostos estampados nas fotografias.
Por isso, mal esperam acabar a apuração dos votos e já têm toda a atenção para as disputas seguintes, ainda que se tenham emprego garantido na administração pública.
Assim, os partidos são meros instrumentos. Não personagens protagonistas. Isto desde sempre. Daí toda a movimentação existente, ainda que sem norte.
Vejam, por exemplo, o PSD que, até outro dia, se encontrava ameaçado de desaparecimento em Mato Grosso, com a saída do Riva do cenário das disputas eleitorais.
Tanto que seus parlamentares na Assembleia Legislativa aguardam ansiosos pela chamada janela para cair fora. Visualizam tão-somente salvar suas peles.
Foi, então, que ocorreu a filiação do Carlos Fávaro, já na condição de presidente da agremiação, com a incumbência de não deixar o barco socialdemocrata se afundar.
Mesmo com quase todos seus deputados ameaçando deixá-lo sob a desculpa de que o PSD ‘virou governista‘.
Diferentemente, portanto, do PSDB. Este sonha e trabalha para voltar a ser a maior legenda do Estado.
Isto foi e é alimentado com ingresso do governador no ninho. Atucanou-se como muitos chefetes políticos desejam ser.
Ao passo que o PMDB aposta suas fichas tão somente na filiação do senador Blairo Maggi. Já o DEM espera por um milagre vindo de Várzea Grande.
Nunca, porém, se soube de uma obra milagrosa de Couto Magalhães, nem de qualquer um dos chefes políticos do município.
Entre o milagre e o seu resultado em termos práticos, o PDT se regozija com a possibilidade de ter o ex-juiz em suas fileiras.
Mesmo como interior da caverna tomada pela escuridão. Tanto que nem as imagens das pessoas a caminharem lá fora chegam ao interior dela.
Situação distinta do PPS, que parece feliz com a própria condição de nanico, e o Rede até que tenta, mas sua bandeira insiste em não abrir. Talvez pelo pouco tempo de vida.
Em outro bloco, destaca-se o PRB, com a professora Serys, ladeado pelo PTB, mesmo sem impulsão na largada.
Nesta corrida, o PSB, no último sábado (26/09), teve um bom ensaio de reação. Ganhou dez novos prefeitos e cinco vice-prefeitos, que levaram a tiracolo alguns ex-parlamentares.
Embora pertençam, em sua maioria, a municípios com baixa densidade eleitoral, a exemplo de Jangada, Dom Aquino, Acorizal, Torixoréu e General Carneiro.
E o PT? Ah! Está fadado a ficar bem menor de quando elegeu o médico Pignat para a Câmara cuiabana.
É isso.
Por LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e analista político em Cuiabá. [email protected]