13/10/2015 00:20
Em entrevista, Adriano Bastos ressalta os 300 milhões de dólares investidos na área para ampliar gama de produtos.
A GE tem investido no País para produzir localmente máquinas e equipamentos para a exploração de petróleo no Brasil. O País, segundo o diretor executivo da GE Oil & Gas, Adriano Bastos, é considerado um dos mercados mais promissores do mundo pela empresa, que investiu mais de 300 milhões de dólares na área para reforçar sua presença e ampliar a gama de serviços e produtos.
Leia a entrevista a seguir:
Adriano Bastos – Nós estamos, realmente, vivendo um período desafiador na indústria de óleo e gás. Embora haja um caráter cíclico no mercado, em que existem momentos de investimentos seguidos por períodos de otimização, nós não podemos ainda detalhar como o setor se comportará no futuro, então estamos tomando todas as medidas necessárias e observando com atenção como podemos nos aproximar de nossos clientes para que possam adequar custos e melhorar processos de eficiência. O Brasil continua sendo um mercado essencial para a GE e nós prevemos um futuro promissor já que há uma demanda crescente por energia e infraestrutura, especialmente na área do pré-sal. Além disso, o País tem uma série de características que o fazem um dos locais prioritários para receber novas tecnologias.
CC – Como a GE está investindo para ganhar mercado no Brasil?
AB –Entre os 160 países em que temos operações no mundo, nós selecionamos o Brasil, mais especificamente a Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, para sediar nosso nono centro de tecnologia e inovação, sendo o primeiro desses na América Latina. A escolha considerou vários pontos: potencial de desenvolvimento local, qualificação da mão de obra, oportunidades no setor de infraestrutura, a maturidade dos negócios da GE no Brasil e a forte relação com seus clientes. Para criar inovação e trazer soluções que podem atender às demandas da indústria local, a área de óleo e gás investiu 20 milhões de dólares em um laboratório marítimo com foco na pesquisa de petróleo.
CC – A GE pretende ampliar investimentos em sua capacidade no país?
AB – Nos últimos quarto anos, a empresa investiu cerca de 300 milhões de dólares no mercado brasileiro para aumentar sua presença no País e oferecer uma ampla gama de produtos para os clientes no mercado de óleo e gás local. Os investimentos incluem 200 milhões de dólares para expandir a fábrica de tubos e risers flexíveis submarinos, localizada em Niterói (RJ). Outros 62 milhões de dólares foram direcionados para elevar a capacidade de produção e modernizar as unidades de Jandira (SP) e Macaé (RJ), responsáveis pela fabricação e manutenção dos equipamentos usados na perfuração e produção de petróleo. Em 2013, abrimos a mais moderna base logística no Brasil, em Niterói (RJ), para podermos atender à crescente demanda local. Com 55 mil metros quadrados, seu objetivo é carregar e descarregar navios de perfuração que levam pesados equipamentos para a exploração de petróleo.
CC – Como outros países, o Brasil adotou uma política de conteúdo local, para fomentar o desenvolvimento de uma indústria local de fornecedores. Como a GE está trabalhando para seguir a legislação? Está nacionalizando equipamentos? Há exemplos nesse sentido?
AB – Grande parte da linha de equipamentos da GE é feita no Brasil. Todas as nossas unidades de óleo e gás buscam atender aos requisitos regulatórios locais. Com investimento de 20 milhões de dólares, iniciamos operações de packaging e testes no Brasil de equipamentos de turbomáquinas, como turbinas a gás de geração, compressores de motores e compressores de turbinas a gás. A nova operação fornece o principal equipamento de turbomáquinas para quatro plataformas flutuantes em operação na área de cessão onerosa nos campos de pré-sal da Bacia de Santos, em São Paulo. Para elevar a produção local e atender aos requisites regulatórios, a GE Óleo e Gás iniciou a produção de selos, que garantem a vedação no interior dos sistemas de cabeça de poço e são instalados entre os diâmetros internos e externos desses sistemas que são usados no controle da pressão do óleo extraído do poço. Foram mais de 1.200 desses sistemas instalados em 30 anos no País.
Por Roberto Rockmann em Carta Capital