04/03/2016 11:34
Mercado financeiro dispara com enfraquecimento do PT – Dólar chega a R$ 3,65 – Petrobras e Banco do Brasil explodem e sobem mais de 15% com cenário político.
O principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo opera em forte alta nesta sexta-feira (4) com o mercado brasileiro reagindo positivamente à hipótese de mudança do governo em meio às crises política e econômica no Brasil. O dólar recua frente ao real, oscilando na faixa de R$ 3,70.
Por volta de 10h30, o Ibovespa tinha alta de 5,03%, aos 49.571 pontos. O dólar à vista, referência do mercado financeiro, caía 3,61%, cotado em R$ 3,6597.
No cenário corporativo, entre as ações mais líquidas do Ibovespa, destaque para os papéis com vínculo com o governo. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) tinham valorização de 14,76% e os papéis ordinários do Banco do Brasil (BBAS3) subiam 15,23%.
Estatais Tomando Fôlego
As ações de empresas com ligação ao governo, como Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3), disparam e auxiliam a alta do Ibovespa nesta sexta-feira (4), com o mercado brasileiro reagindo positivamente à hipótese de mudança do governo em meio às crises política e econômica no Brasil.
Com a nova fase da operação Lava Jato focando ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aumenta a pressão sobre o governo da presidente Dilma Rousseff e transforma a situação do impeachment de “possível” para “provável”.
Na véspera, o Ibovespa já tinha subido 5%, na maior alta percentual desde outubro de 2009, com o quadro político em evidência após matéria da revista IstoÉ apontar que o petista Delcídio do Amaral citou inferência da presidente Dilma e Lula na Lava Jato.
Por volta de 10h30, as ações preferenciais da Petrobras subiam 15,52% cotadas a R$ 7,59. Já os papéis do Banco do Brasil avançavam 18,24% aos R$ 19,65.
Análise de Mercado
A operação Lava Jato lançou nesta sexta-feira nova fase da investigação tendo como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra o qual foram expedidos mandados de condução coercitiva e busca e apreensões, para apurar possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do esquema envolvendo a Petrobras.
A iniciativa da Polícia Federal contra Lula amplia a expectativa de enfraquecimento do PT, empurrando o impeachment da presidente Dilma Rousseff do status de “possível” para “provável”. Na véspera, o Ibovespa já tinha subido 5%, na maior alta percentual desde outubro de 2009, com o quadro político em evidência após matéria da revista IstoÉ apontar que o petista Delcídio do Amaral citou inferência da presidente Dilma e Lula na Lava Jato.
Segundo Claudio Couto, cientista político da Fundação Getúlio Vargas, com Lula na mira das investigações, a saída de Dilma da presidência pode ser acelerada. “Dilma deve ficar ainda mais fragilizada na medida que se produz uma piora do clima do campo político do qual ela faz parte”, afirma Couto. “Ganham peso todas as possibilidades de saída: tanto por meio do Congresso, quando do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Com Lula na berlinda, eles podem querer acelerar o processo.”
Na agenda econômica do dia, naturalmente em segundo plano, será divulgado o Relatório de Emprego dos Estados Unidos referente ao mês de fevereiro. Embora tenham ficado acima das expectativas, os dados recentes da economia norte-americana não foram espetaculares.
Os mercados acompanham com atenção os números do emprego norte-americano porque servem de base para a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) sobre o futuro da política monetária dos EUA. O colegiado volta a se reunir em 15 e 16 de março. Na reunião de dezembro, o Fed elevou a taxa de juros pela primeira vez desde 2006 e manteve inalterada em 0,25% e 0,50% no encontro do mês passado, com o Fed sinalizando cautela diante dos sinais de desaceleração da economia mundial.
Antes da divulgação dos números, as bolsas europeias avançam assim como os índices de ações em Wall Street.
Da Redação com informações da equipe de O Financista