12/04/2016 13:23
Em semana de decisão sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a emissora fez recomendações à todos os seus apresentadores sobre os figurinos.
No mundo dos negócios é sabido que devemos ‘dançar conforme a música’ ou ‘nadar a favor da maré’, certo? Errado! Pois, como já dizia Einstein, tudo é relativo.
A televisão, mídia com maior poder de influência na massa popular, em especial com suas propagandas tendenciosas, repletas de estratégias de marketing verdadeiramente ”letais” quando o foco é consumo. Mensagens subliminares de uma persuasão quase hipnótica, através de cores, músicas, jingles, bordões e chavões das telenovelas que por tamanha força, criam modismos e ditam comportamentos na sociedade.
Diante da sabedoria do tamanho do seu poder de conquista, está também a perspicácia dos profissionais que atuam em tal mídia, avaliarem os riscos paralelos, que podem levar à sua queda, fracasso e sepultamento empresarial.
A rede Globo é uma ‘naja’ quanto a tais perspicácias.
Em semana decisiva do rumo do atual governo, com o seguimento em ritmo forte do processo de impeachment para afastamento da presidente Dilma Rousseff, a Globo enquadrou todos os seus jornalistas, em suas diversas praças, para que durante esta semana, roupas nas cores vermelha, preta, verde e amarela, especialmente, devem ser evitadas em reportagens e apresentação dos telejornais.
Houve o entendimento que o momento político em cartaz exige este cuidado. Afinal, sabe-se que a grande fatia do seu faturamento advém de tal ‘cliente’, logo, a imparcialidade no momento é, bastante conveniente.
A ordem, inclusive, foi de usarem da maior discrição possível.
Para todos os efeitos, esta já é uma decisão em prática. Evaristo Costa estava prestes a exibir, ontem, no “Hoje”, uma gravata verde, quando foi alertado da decisão. E a Sandra Annenberg se viu obrigada a trocar o vestido, também verde, entre outros vários casos.
Na Globo, a ordem, é não dar pinta pra lado nenhum.
No mundo dos negócios a perspicácia sobre o presente, pode fazer grande diferença a médio e longo prazo.
Por Kadu Rachid, publicitário e editor no site www.jornalcorreiodasemana.com.br