23/05/2016 10:04
Mercado antecipa projeção da taxa básica de juros e prevê queda da Selic para 12,75% em 2016, aponta Focus. Já o PIB deste ano pode haver retração de 3,83%
O mercado aposta em juros ainda menores do que na semana passada. A projeção foi revisada de 13% para 12,75% neste ano, segundo os economistas consultados pelo BC (Banco Central) para o Boletim Focus. Para 2017, a estimativa recuou de 11,50% para 11,38%.
A queda ocorre após a confirmação na terça-feira (17) de que Ilan Goldfajn assumirá a presidência do Banco Central. A avaliação do mercado é de que o economista-chefe do Itaú tende a cortar a Selic mais rapidamente que a gestão atual, comandada por Alexandre Tombini.
A mudança na perspectiva de juros também é decorrente do aprofundamento da recessão enquanto a inflação dá alguns sinais de alívio.
PIB e inflação
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2016 foi revisada para cima e passou de queda de 3,88% para retração de 3,83%, segundo o Boletim Focus. Para o próximo ano, a expectativa para o PIB foi mantida em crescimento de 0,50%.
A perspectiva para a produção industrial aumentou a queda de 5,85% para 6% em 2016 e o crescimento no próximo ano foi elevado de 0,74% para 0,90%.
Como resultado da ampliação do tombo da economia, as perspectivas para a inflação sinalizam ter alcançado um teto. Para 2016, a perspectiva para a inflação oficial, medida pelo IPCA, subiu levemente, passando de 7% para 7,04% após o resultado surpreendentemente alto na prévia do IPCA de maio.
A inflação parcial do mês – medida pelo IPCA-15 – foi de 0,86%, acima da expectativa do mercado de 0,77%e e atingindo o maior patamar para maio em 20 anos.
A perspectiva para preços administrados (estabelecidos por contrato ou órgão público) foi mantida em 5,50% neste ano.
A projeção para o IPCA em 2017 foi mantida em 5,50% e os preços administrados também devem subir 5,50% no próximo ano.
Dólar
O valor da moeda norte-americana prevista para o fim de 2016 foi reduzido de R$ 3,70 para R$ 3,67 no Boletim Focus e, para o fim de 2017, caiu de R$ 3,90 para R$ 3,88.
A perspectiva para a dívida líquida do setor público se manteve em 42% em relação ao PIB deste ano. Para 2017, a estimativa caiu de 47% para 46,65% do PIB.
Por Weruska Goeking, jornalista e especialista no mercado