30/05/2016 11:27
Mercado aposta em queda da Selic para 11,25% em 2017, mostra Focus. Projeção para reunião de junho é por enquanto, de manutenção do atual patamar de 14,25%
O mercado aposta em juros ainda menores do que na semana passada no próximo ano. A projeção foi revisada de 11,38% para 11,25% em 2017, segundo os economistas consultados pelo BC (Banco Central) para o Boletim Focus. No entanto, para 2016, a estimativa avançou de 12,75% para 12,88%.
A perspectiva para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que acontece nos dias 7 e 8 de junho, é de manutenção da taxa em 14,25%.
São grandes as chances de que Ilan Goldfajn, indicado para a presidência do Banco Central, participe desta próxima reunião. O economista passará por sabatina no Senado na próxima quarta-feira (1), informou a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).
Na terça-feira (31), a partir de 10h, será feita a leitura do parecer do relator da matéria, o senador Raimundo Lira (PMDB). Na quarta-feira o documento será discutido a partir de 9h, depois Goldfajn será sabatinado e sua indicação será votada.
O calendário é uma antecipação do processo que, pelo regimento do Senado, deixaria a sabatina para o dia 7 de junho. Segundo nota da assessoria de imprensa da CAE, a decisão de antecipar o trâmite partiu da senadora Gleisi Hoffmann em acordo com Raimundo Lira com o objetivo de definir o comando do BC antes da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) nos dias 7 e 8.
“Apesar de se opor ao atual governo, a senadora entende que a demora na decisão seria maléfica para a economia do país”, afirma a CAE, em nota.
PIB e inflação
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2016 foi revisada para cima e passou de queda de 3,83% para retração de 3,81%, segundo o Boletim Focus. Para o próximo ano, a expectativa para o PIB foi elevada de crescimento de 0,50% para 0,55%.
A perspectiva para a produção industrial se manteve em queda de 6% em 2016 e o crescimento previsto para o próximo ano permanece em 0,90%.
Apesar do tombo da economia, as perspectivas para a inflação parecem não ter alcançado um teto. Para 2016, a perspectiva para a inflação oficial, medida pelo IPCA, subiu levemente, passando de 7,04% para 7,06%.
A perspectiva para preços administrados (estabelecidos por contrato ou órgão público) foi mantida em 7% neste ano.
A projeção para o IPCA em 2017 foi mantida em 5,50% e os preços administrados também devem subir 5,50% no próximo ano.
Dólar
O valor da moeda norte-americana prevista para o fim de 2016 foi reduzido de R$ 3,67 para R$ 3,65 no Boletim Focus e, para o fim de 2017, caiu de R$ 3,88 para R$ 3,85.
A perspectiva para a dívida líquida do setor público se manteve em 42% em relação ao PIB deste ano. Para 2017, a estimativa permaneceu em 46,65% do PIB.
Por Weruska Goeking, jornalista especialista no mercado com informações do Boletim Focos