Reforma da Previdência vai para ”gaveta”

31/05/2016 15:37

Reforma da Previdência vai para ”gaveta” enquanto Temer for interino. Governo vai aguardar afastamento definitivo de Dilma para emplacar matéria polêmica que divide Congresso.

As gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado determinaram a saída prematura de dois ministros do governo interino do presidente Michel Temer (PMDB). Diante do possível agravamento da crise política em seu primeiro mês à frente do Palácio do Planalto, o peemedebista estaria adotando manobras para blindar sua gestão de uma crise insustentável.

A reforma da Previdência, por exemplo, que está entre as medidas econômicas propostas pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles, só deve ir a plenário apenas após a votação em definitivo do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado.

Um assessor palaciano afirmou que a decisão de adiar a votação da reforma da Previdência reflete “uma cautela de Temer por ainda ser governo interino”.

Considerada uma matéria polêmica que divide o Congresso, a reforma da Previdência será votada apenas após a cassação de Dilma para evitar qualquer interferência no processo de afastamento.

De acordo com aliado de Temer, a equipe econômica já tem discutido os detalhes da matéria. “Por ser impopular, governo acredita que seja melhor esperar que a interinidade acabe. As gravações de Machado já atribuíram muita fragilidade ao governo Temer”, pontuou.

Neste momento, as prioridades econômicas que estão no gatilho da administração atual são a aprovação da DRU (Desvinculação de Receitas da União) e a renegociação da dívida dos Estados, disse a fonte.

“Objetivo da aprovação da DRU é dar mais liberdade ao governo em relação aos gastos, enquanto a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que fixa um teto para o crescimento das despesas públicas não é votada”, explicou a fonte.

 

Por Marcelo Ribeiro em O Financista