03/06/2016 09:00
Mercado é dominado por futuro do juro nos EUA. Confirmado fusão entre Restoque e Inbrands e já marcam discussões. Bolsas internacionais operam em alta
Os mercados globais aguardam números do mercado de trabalho norte-americano para calibrar apostas sobre a possibilidade de subida do juro básico do país em julho. O dado de geração de vagas tende a fornecer pistas sobre o vigor da economia dos Estados Unidos.
Em nota a clientes, Paul Donovan, estrategista do UBS, pede atenção a questões estruturais ao interpretar o relatório de emprego. Para ele, parece haver uma falta de profissionais qualificados e semi-qualificados, o que tende a influenciar na manutenção de vagas não preenchidas.
Commodities e bolsas internacionais exibem ganhos antes da publicação do indicador. O ambiente favorável na cena externa pode favorecer a Bolsa brasileira que, após a notícia de possível fusão entre Kroton e Estácio, digere agora o memorando de entendimentos entre Restoque e Inbrands visando a combinação das operações.
No ambiente político, um dia depois da aprovação do reajuste dos servidores na Câmara, o presidente interino, Michel Temer, disse, em entrevista ao Jornal do SBT, que não descarta recriar a CPMF. Ele garantiu, porém, que qualquer aumento de impostos, se houver, será temporário.
Na entrevista, Temer afirmou que a proposta de reforma da Previdência que o governo pretende enviar ao Congresso incluirá uma idade mínima para a aposentadoria, também para os servidores públicos. O presidente em exercício declarou ainda que ao assumir o governo, no lugar da presidente afastada Dilma Rousseff, encontrou uma “radiografia muito negativa” do país.
Falando em Dilma, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, retirou o sigilo dos depoimentos de acordos de delação premiada do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Nos depoimentos, Cerveró afirmou que integrantes do Conselho de Administração da Petrobras que ocupavam o cargo durante a compra da refinaria Pasadena, nos EUA, tinham conhecimento das cláusulas do contrato de compra, entre eles a então presidente do colegiado, Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia e presidente do conselho por ocasião da aquisição da refinaria.
“Não havia dúvida nenhuma quanto à aquisição da Refinaria de Pasadena. Os membros do Conselho de Administração tinham consciência das cláusulas put option e malin; Não corresponde à realidade a afirmativa de Dilma Rousseff de que somente aprovou a aquisição porque não sabia dessas cláusulas”, disse o delator.
Da Redação com informações de Marcelo Ribeiro, Weruska Goeking e Gustavo Kahil, jornalista especialistas no mercado.