28/06/2016 23:06
Bovespa fecha em alta de 1,55% com commodities e recuperação no exterior pós ressaca do Brexit. Dólar cai 2,6% e fecha em R$ 3,30 pela 1ª vez em quase um ano
A bolsa paulista subiu nesta terça-feira, dia de recuperação nos mercados internacionais após dois pregões de queda em decorrência da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, e em meio a expectativas de medidas dos principais bancos centrais do mundo.
O Ibovespa subiu 1,55 por cento, a 50.006 pontos.
O giro financeiro foi de 5,83 bilhões de reais.
O índice havia recuado nas últimas duas sessões, marcadas por postura fortemente defensiva dos investidores no exterior por causa da decisão do Reino Unido, que trouxe preocupações sobre os possíveis impactos na recuperação econômica global.
Nesta terça-feira, as ações europeias voltaram a subir após a onda de vendas, diante de esperanças de uma resposta mais coordenada de bancos centrais caso seja preciso.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, pediu um maior alinhamento global das políticas de bancos centrais em declarações nesta terça-feira.
Nos Estados Unidos, o S&P 500 ganhou 1,78 por cento. Commodities também tiveram um dia favorável, com alta do petróleo de mais de 3 por cento e do minério de ferro, o que contribuiu para recuperação da Bovespa.
Apesar da melhora pontual desta terça-feira, participantes do mercado esperam que a volatilidade continue, com a permanência de incertezas sobre a questão britânica.
No Brasil, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que não há necessidade de ajustar a meta de inflação de 2017, uma vez que as expectativas do BC para o próximo ano estão em torno do centro do objetivo. Ele também defendeu que um movimento de redução dos juros básicos tem de ser feito de “forma responsável”.
Dólar
O dólar recuou mais de 2,5 por cento e fechou na casa dos 3,30 reais pela primeira vez em quase um ano nesta terça-feira, reagindo à recuperação dos mercados globais após duas sessões de mau humor com a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia (UE) e à perspectiva de que o Banco Central brasileiro não deve cortar os juros tão cedo.
O dólar recuou 2,61 por cento, a 3,3060 reais na venda, menor nível de fechamento desde 23 de julho de 2015 (3,2958 reais).
A moeda norte-americana chegou a bater em 3,2998 reais na mínima do dia, queda de 2,79 por cento, recuando abaixo dos 3,30 reais no intradia também pela primeira vez desde julho do ano passado. O dólar futuro caía cerca de 2,65 por cento no fim da tarde.
Por Bruno Federowski e Priscila Jordão da Agência Reuters