29/06/2016 00:46
”…até hoje, vale a decisão de que a América é para os americanos, só que do Norte. O Secretário de Estado, Mister Evart, reforçou tal visão em num discurso…”
As eleições para presidente da República, nos Estados Unidos, vem sendo minimizadas na mídia brasileira por conta da corrupção. Claro que a nossa corrupção, todos dias engalanada com a prisão de mais um ministro, parlamentar ou empreiteiro. Por conta disso, dá-se pouca importância à possibilidade de vitória do candidato do Partido Republicano, aliás muito difícil, sobre a escolhida pelo Partido Democrata. Apesar disso, seria bom prestar atenção.
Mister Trump promete retornar aos tempos do lançamento da Doutrina Monroe, apresentada em 1823, quando o então inquilino da Casa Branca declarou: “devemos declarar por amor da franqueza e das relações amigáveis que existem entre os Estados Unidos e as potências europeias que consideraremos qualquer tentativa de sua parte para estender o seu sistema a qualquer parte deste hemisfério como coisa tão perigosa para nossa tranquilidade como para nossa segurança. Com as colônias existentes e as dependências das mesmas potências, não temos intervindo nem interviremos. Em relação, porém, aos governos que declararam a sua independência e a tem mantido, independência que depois de grande reflexão e que por justos princípios, nós reconhecemos, toda interferência por parte de Qualquer potência europeia, com o fim de oprimi-los e de qualquer modo dominar os seus destinos, não poderá ser encarada por nós senão como manifestação hostil para com os Estados Unidos.”
A partir daí, e até hoje, vale a decisão de que a América é para os americanos, só que do Norte. O Secretário de Estado, Mister Evart, acrescentou esse detalhe, num discurso, arrancando vigorosos aplausos quanto exemplificou: “começamos pelo nosso caro vizinho, o México, de que já comemos um bocado em 1848. A América Central virá depois, abrindo nosso apetite quando chegar a vez da América do Sul. Olhando no mapa vemos que aquele continente tem a forma de um presunto. Uncle Sam é um bom garfo. Há de devorá-lo…”
Nem é preciso recorrer aos livros de História para verificar quantas vezes os Estados Unidos intervieram abaixo do rio Grande: mais de cem. Tanto militar quanto economicamente.
Recordam-se esses fatos porque Michel Temer, ou remotamente Madame, deveriam dedicar algum tempo para decifrar o que vem lá de cima, a partir de novembro…
Por Carlos Chagas