20/07/2016 10:34
”O levantamento mostra que 74,1% dos entrevistados contribuem atualmente para o INSS, seja por meio da empresa em que trabalha ou como autônomo.”
Segundo uma pesquisa publicada em julho de 2016, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), seis em cada dez brasileiros (64,2%) não se preparam corretamente para a aposentadoria, excluídas as contribuições com o INSS. Com base nos resultados, pode-se afirmar que boa parte dos brasileiros ainda não colocou a preparação correta para a aposentadoria como prioridade na sua vida financeira. Os motivos mais citados são a falta de recursos financeiros (32,7%) e desconhecimento de como começar a poupar (19,6%). A pesquisa entrevistou 703 consumidores de todas as regiões brasileiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, pertencentes às todas as classes sociais e não aposentados.
O levantamento mostra que 74,1% dos entrevistados contribuem atualmente para o INSS, seja por meio da empresa em que trabalha ou como autônomo. Mas muitos param por aí. O risco é grande. Segundo os especialistas na área previdenciária, há uma tendência de diminuição dos valores pagos pelos INSS no longo prazo. Se observamos o teto dos benefícios do INSS, ele vem diminuindo ao longo dos anos. Para o ano de 2016, o limite é de R$ 5.189,82. O teto já chegou a ser de 10 salários-mínimos. Como o custo de vida na terceira idade é elevado, pois normalmente gaste-se muito com remédios e cuidados com a saúde, os valores dos benefícios pagos pelo INSS poderão não ser suficientes para garantir o pagamento das despesas mensais.
Para os que vão além da contribuição à previdência social, o preparo para a aposentadoria é feito principalmente pela poupança (19,2%), seguida pela previdência privada (6,2%) e investimentos em imóveis (6,1%). Como os recursos serão utilizados no futuro é importante escolher o tipo de investimento mais adequado. Deixar as economias na poupança, por exemplo, não é uma boa alternativa. Nos últimos anos, a remuneração da caderneta de poupança tem perdido da inflação. Em outras palavras, ao longo do tempo, o dinheiro guardado nela vem perdendo valor de compra. O objetivo é exatamente o oposto. Precisa-se buscar um tipo de investimento que garanta a valorização do dinheiro. Com isso, a taxa de juros recebida será um aliado no crescimento do capital guardado.
Outro grande erro cometido é utilizar parte dos recursos que estavam sendo guardados para a aposentadoria para a realização de outro sonho, como a compra de um carro ou uma viagem. Porém, ao realizar um sonho no curto prazo, a aposentadoria no longo prazo é prejudicada. No caso de dois objetivos diferentes, o ideal é fazer duas reservas separadas: uma para a aposentadoria e outra para a realização do outro objetivo.
A pesquisa mostra que os entrevistados parecem entender as consequências sobre a não preparação para a aposentadoria: 38,8% imaginam uma queda no padrão de vida comparado ao atual, 26,7% afirmam que uma consequência seria não viver tranquilamente na terceira idade por não ter renda fixa mensal e 13,8% creem que não poderão parar de trabalhar.
E como evitar isso? Planejando. E esse planejamento deveria se iniciar tão logo a pessoa entre no mercado de trabalho. Preparar-se para a aposentadoria deveria ser uma preocupação desde o início da vida profissional e não somente quando está se aproximando dela. Todos nós deveríamos ter a consciência de que parte do que ganhamos a cada mês, não nos pertence no presente. É um recurso que deveria ser guardado para o futuro.
Por Carlos Eduardo Costa. Mandem dúvidas e sugestões para o e-mail [email protected]