10/11/2016 12:00
Durante a campanha Trump apresentou propostas que certamente foram decisivos para a sua vitória. Veja cinco promessas mirabolantes e a ”viabilidade” de cada uma
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, causou inúmeras polêmicas durante a campanha em que concorreu contra a Hillary Clinton, mas algumas se destacaram. Confira a viabilidade dessas promessas eleitorais do controverso magnata, eleito o 45º presidente dos Estado Unidos.
1 – Acabar com os terroristas islâmicos em 30 dias
Trump disse em um de seus discursos que assim que tomasse posse pediria aos militares que, em 30 dias, apresentassem um plano para eliminar os terroristas. Segundo ele, haveria um “combate militar, cibernético, financeiro e tecnológico”. A promessa é fácil de fazer, mas neutralizar um grupo terrorista não é tão simples. A referência aos militares, tecnologia e custos significa que Trump está a par das dimensões do desafio.
Ao recusar a entrada de refugiados sírios e muçulmanos em geral nos EUA, Trump defende a criação de zonas tampão para acolher pessoas que procuram fugir do conflito na região da Síria. A criação dessas zonas é praticamente inviável, pois a segurança teria que ser feita pelos próprios EUA ou por uma missão da Organização das Nações Unidas (ONU), onde seria certo o veto da Rússia. Qualquer que seja a situação, o custo seria muito alto.
2 – Muro na fronteira com o México
O projeto teria de passar pelo Congresso, onde os Republicanos conquistaram maioria na Câmara e no Senado. Muitos deles são contra a presença de imigrantes clandestinos, e até mesmo legais, por considerá-los uma ameaça à mão-de-obra americana. Por outro lado, a construção de um muro ao longo da fronteira com o México, que já existe parcialmente, seria muito cara, segundo o próprio Trump teria um custo entre US$ 8 bilhões e US$ 12 bilhões, e que esse custo seria… mexicano. Grupos ligados a empresas que utilizam essa mão-de-obra e da comunidade latina, que pode acabar por travar essa ideia.
3 – Comércio internacional
Nesse aspecto, a margem de manobra de Trump é limitada. Ele pode se negar a aprovar a Parceria Trans-Pacífico (TPP, na sigla em inglês) ou forçar uma renegociação do acordo de livre comércio com México e Canadá, além de impor a prometida sobretaxa de 45% aos produtos importados da China. Vale lembrar que tudo isto teria repercussões negativas na economia americana, pois China e demais países afetados tendem a retaliar, impondo taxas sobre os produtos americanos.
4 – Fim do Obamacare
Este é um ponto em que Trump pode, de fato, atuar, mas as consequências políticas podem revelar-se contraproducentes. Com a maioria no Senado, os republicanos têm 51 votos e precisarim de mais nove para revogar o Obamacare. O fim do Obamacare comprometeria o acesso a saúde, mas poderia ser substituído por outra ideia defendida por Trump com controle maior dos estados sobre os planos de saúde para as classes mais baixas.
5 – Criação de empregos
Trump tentou associar a redução de impostos a um maior rigor na fiscalização. Somada à manutenção de programas sociais, que representam um terço da despesa pública, a renúncia fiscal levaria ao aumento da dívida pública. A redução estimularia a economia, mas a criação de empregos pode não compensar o desgaste provocado pelo aumentos da dívida e, apesar de a maioria republicana ser favorável a medidas de redução de impostos, o impacto nas contas públicas não será bem vista por diversos setores do partido.
Da Redação com informações do Diário do Poder