Opinião – Gleisi, a presidenta

23/04/2018 12:43

”Os mandarins do PT estão sem lugar, com seu futuro em risco, o que os tornam desassombrados e ferozes. O próprio Lula se referiu a eles outrora: uns aloprados!”

Circula por esse universo imenso e insondável da internet um elogio à loucura protagonizado pela “presidenta” (assim ela se declara) do PT, esta sigla do mal que tanto infelicitou o país por 13 anos. A senadora Gleisi Hoffmann, (aquela que, com uma corridinha suspeita, escapou de responder à indagação do repórter se estava pronta para ser presa), está pontificando urbi et orbi, principalmente para o povo árabe e o mundo islâmico, via Al Jazeera, uma acusação ao Brasil e ao nosso Poder Judiciário. Pois não é que aquela energúmena, apresentando-se na condição de senadora, abriu uma janela na poderosa mídia televisiva internacional para anunciar ao mundo islâmico que o prisioneiro Lula está encarcerado não por seus atos, todos inconfessos, mas por uma absurda violação a seus direitos ? Aduz a denunciante que o ilustre prisioneiro é vítima de uma perseguição implacável que lhe move a justiça brasileira e setores de nossa sociedade, e, com as alegações vazias de sempre, como perseguição, parcialidade, ausência de provas, partidarização e outras, insiste em retirar da decisão a sua inteira validade jurídica, amplamente reconhecida, conquanto jubilosa para a sociedade.

Impressiona muito a impetuosidade irresponsável da militância petista. Um membro do Senado da República, invocando tal condição como legítima para apontar questões internas do seu país como supostamente equívocas, está cometendo grave infração de lesa-Pátria. Não dispõe a senadora de assentimento constitucional para o ato, menos ainda, ético. A ilegitimidade de sua conduta pode originar processo disciplinar visto sua despossuída autorização para dirigir-se a um país ou a um povo para instalar e hostilizar atos, fatos e autoridades constituídas, principalmente o egrégio Poder Judiciário, que é o corpo responsável e garantidor de nossa ordem interna e nossa soberania. Outros brasileiros já se manifestaram junto à Al Jazeera, mas o fizeram em questões de natureza institucional e como entrevistados, como o próprio Lula, Dilma também e Fernando Henrique.

O Brasil é verdadeiramente um país livre. Mas não queiramos que o seja como o lembrado pela patriota iluminista M. Rolland quando de sua caminhada para o patíbulo, ao prenunciar: Oh Liberdade, quantos crimes se cometem em seu nome ! No mundo livre, cada cidadão manifesta suas razões, seus direitos e até suas mentiras. Mas, tais atos não podem provir de um desvario, não podem provir de um interesse menor, não podem provir de um estado de delirio, em que o cidadão seja dono incondicional de sua palavra ou de sua manifestação. A liberdade que queremos é o livre exercício de uma vontade responsável, cujo pretendido resultado não será outro senão o superior interesse público. Quando assim não for, o cidadão dissente do propósito almejado por todos, e guarda consigo, secretamente, seu verdadeiro interesse…

Os mandarins do PT estão sem lugar, com seu futuro em risco, o que os tornam desassombrados e ferozes. O próprio Lula se referiu a eles outrora: uns aloprados! A Lava Jato está no encalço de toda a claque. Sem Lula não há salvação. Com isso, se atiram a qualquer empreitada para proteção do chefe, que é, afinal, a de cada um deles.

 

Por José Maria Couto Moreira é advogado

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