25/07/2018 16:35
Com recursos financiando deficit, juros cresceram à R$ 38 bilhões e dívida pública sobe 1% em junho chegando aos patamares de R$ 3,754 trilhões
A dívida pública do governo federal atingiu R$ 3,754 trilhões em junho. A alta nominal foi de 1,01% em relação ao mês anterior, quando havia ficado em R$ 3,716 trilhões. As informações são do relatório mensal da dívida, divulgado nesta 4ª feira (25.jul.2018) pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda.
A dívida pública é emitida pelo Tesouro para financiar o deficit orçamentário do governo, ou seja, para cobrir as despesas que superam a arrecadação com impostos e contribuições. O PAF (Plano Anual de Financiamento) estabelece que ela deve oscilar de R$ 3,78 trilhões a R$ 3,98 trilhões em 2018.
“A evolução foi também bastante impactada pelo IPCA de 1,26% de junho, somado à valorização do câmbio”, afirmou a coordenadora de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Marcia Tapajós.
A dívida interna avançou de R$ 3,573 trilhões em maio para R$ 3,607 trilhões em junho, alta de 0,94%. No mês, essa parcela da dívida correspondia a 96,09% do total.
Já a dívida externa avançou 2,67%, passando de R$ 142,97 bilhões. Assim, chegou a R$ 146,79 bilhões, 3,91% do total.
LEILÕES EXTRAORDINÁRIOS
Devido à alta volatilidade observada no mercado financeiro nos últimos meses, o Tesouro Nacional realizou, dos dias 28 de maio a 29 de junho, leilões de compra ou de compra e venda de títulos pré-fixados e indexados à inflação. O resultado foi de 1 resgate líquido de R$ 19,1 bilhões no período.
Segundo o Tesouro, os leilões estão dentro da estratégia estabelecida pelo PAF e “cumpriram com o objetivo de fornecer parâmetros de referência de preços” ao mercado financeiro.
A secretaria informou que foi encerrada a etapa de leilões extraordinários. “O Tesouro permanece atento às condições de mercado, continuamos monitorando o mercado e discutindo ações coordenadas com o Banco Central. Se necessário, o Tesouro voltará a atuar no mercado”, afirmou Marcia Tapajós.
COMPOSIÇÃO DA DÍVIDA
Em relação à composição da dívida, houve a seguinte variação em junho:
- títulos com remuneração prefixada – participação caiu de 34,67% em maio para 34,29% em junho;
- títulos pós-fixados – participação subiu de 32% em maio para 32,34% em junho;
- títulos indexados ao IPCA – participação caiu de 29,32% em maio para 29,28% em junho;
- títulos atrelados à taxa de câmbio – participação subiu de 4,01% em maio para 4,09% em junho.
COMPRADORES
Os fundos de investimentos são os principais detentores da dívida pública brasileira, com 26,53% do total. Na sequência, aparece o grupo Previdência, com 24,97%. Destacam-se também as instituições financeiras, com 22,58%.
A participação dos investidores estrangeiros apresentou leve recuo em junho, ao passar de 11,96% em maio para 11,93% em junho.
PRAZO E CUSTO MÉDIO
O percentual de vencimento da dívida para o próximos 12 meses caiu de 20,28% em maio para 20,24% em junho. Ainda assim, está acima do máximo estabelecido pelo PAF para o ano, de 18%. Segundo a coordenadora de Operações da Dívida Pública, entretanto, o indicador fechará o ano dentro das bandas.
O prazo médio da dívida caiu, ao passar de 4,21 anos em maio para 4,14 anos em maio. Com a queda, o prazo se adequou ao máximo estabelecido pelo PAF, de 4,20 anos para o ano.
O custo médio acumulado em 12 meses, que influencia o ritmo de crescimento da dívida, subiu, ao passar de 10,04% em maio para 10,31% no mês passado. É o maior para o mês desde outubro de 2017.
Da Redação com informações da Agência FolhaPress