07/04/2020 00:43
”Se eu fosse um dos contras ficaria mais atento a esta circunstância, porque simplesmente há muito que esta situação já saiu do controle de quem quer que seja…”
Acompanho a vida política nacional há mais de meio século, seguramente. Participei ativamente de minha primeira campanha eleitoral no maior e mais importante centro do poder político do Brasil, o Rio de Janeiro, aí nos idos de 1960, no iniciozinho da juventude. Daquela época para esta parte, jamais havia vivido e constatado outra liderança popular, nascida espontânea e independentemente da exclusiva vontade da maior parte de nossa sociedade e contra as forças terríveis que sempre a escravizaram e que vem crescendo em uma espiral avassaladora, incontrolável. Falo de Jair Messias Bolsonaro, o Mito das ruas.
Referindo-me especialmente às grandes e autênticas lideranças populares de âmbito nacional, sou levado a lembrar de Getúlio Vargas, de Juscelino Kubistchek (este de expressão bem mais modesta), de Jânio Quadros e de ninguém mais, porque os demais políticos de carreira que chegaram à Presidência da República foram todos frutos ou mesmo meras consequências dos interesses da elite e do establischement corrupto e venal. Suas imagens foram construídas artificialmente, suas ideias elaboradas cuidadosamente em laboratórios financiados pelos poderosos e os objetivos de todos se resumiram sempre à perpetuação do poder a qualquer custo, por maior e mais duro que fosse o sacrifício imposto ao povo brasileiro.
Tirante os generais presidentes, que aqui devem se excepcionados porque foram líderes que surgiram circunstancialmente, em face da falência do poder civil para impedir a implantação do comunismo no Brasil e para colocar boa parte da classe política na cadeia, todos quantos alçaram a Presidência, de Sarney a Temer, não tiveram origem na pura, livre e autentica vontade de nossa gente, nem mesmo tiveram como objetivo o nobre exercício do “múnus público”. A rigor, resultaram sempre de planos ou projetos ideológicos de poder, nos quais o logro, a mentira e a traição foram fatores essenciais para seu êxito.
Todos esses anos de maus governos, todas essas décadas de empulhação, toda essa exploração sórdida e soez de um País rico com um povo quase miserável, cativo de uma classe privilegiada encastelada na máquina governamental, não poderia mesmo dar em boa coisa. A liderança de Bolsonaro, a popularidade do Mito advém disto, ou seja, do inconformismo, da revolta e, sobretudo, do indestrutível sentimento de esperança do homem que a ninguém é dado destruir. Esta é a realidade. O resto é “conversê” de “babilaca uspiniano” metido a besta ou de vermelhuscos de uma figa, calhordas por essência, tais como a demente “Chauí do PT”, que a vida inteira se lambuzou da grana paga pela classe média que diz odiar.
Tenho prestado muita atenção na popularidade do Capitão que bafejada pelas ações de sua formidável equipe, cresce cada dia mais e assustadoramente, no bom sentido. Tenho acompanhado pelas redes sociais – que não podem ser manipuladas ou editadas – que, em um curto espaço de tempo, esse líder vem sendo recebido no Brasil inteiro como se fosse um messias. O fenômeno que independente dele próprio o fez Presidente da República contra tudo e contra todos, persiste, aumenta e avança incontrolável e, registre-se, mais ainda na mesma proporção em que o povão vê o homem perseguido e seu Mito ultrajado. Isto é no mínimo perigoso, mas aquela gente burra da canhota inconsequente não se emenda e insiste em desafiar a soberana vontade da maioria. Vou exemplificar.
Este patife, ladrão condenado na “Operação Lava Jato” parece que vive no mundo da lua e não enxerga que, a esta altura dos acontecimentos, deve rezar para o sucesso do governo central, pois se o Brasil for por sua corja ameaçado, aí através da uma convocação do Capitão – somente uma – os patriotas rebelados vão dizimar sua gente, uma vez por toda.
Outro exemplo de pouca visão. Um dia desses recebi de um nababo da máquina pública que há muito se infectou com o “dilmona vírus”, uma provocação na forma de uma foto-montagem da figura de Bolsonaro preso em uma “camisa de força”, com a qual se pretendeu igualmente ultrajar um dos símbolos da República: a faixa presidencial. Não fosse totalmente inócuo gostaria de revidar enviando ao gajo a bela crônica do Deputado Federal pelo Paraná, Felipe Barros que, num arguto exercício de imaginação, lembrou o que poderia estar acontecendo nestes tempos de “pânicodemia” se a besta do Haddad tivesse ganho as eleições, certamente com o voto daquele engraçadinho.
Vale a pena que meus caros leitores conheçam o que escreveu o parlamentar: “Pense, por exemplo, em como um marxista declarado e admirador da União Soviética, como Fernando Haddad, aproveitaria as atuais circunstâncias para fazer o estado avançar sobre as liberdades do brasileiro. Alguém duvida de que haveria confisco de produtos, em nome do combate ao vírus? Intervenções estatais violentíssimas na economia? Pesada taxação de heranças e congelamento de preços certamente também estariam na lista de decisões “duras, mas necessárias”. No campo, produtores rurais seriam obrigados — e com urgência — a ceder terras ao MST, já que eles também entrariam no grupo de risco. Outro oprimido que seria salvo pelos cofres públicos do Brasil, com certeza, seria Nicolás Maduro, para quem seriam concedidos empréstimos a fundo perdido, mas tudo em nome da solidariedade tão necessária entre vizinhos. O mesmo amor seria expresso — por meio de contratos, é claro — ao governo cubano, que enviaria muitos médicos para salvar nosso país, obtendo assim um justo reconhecimento – e 80% do salário de cada um desses profissionais semiescravos. Os comunistas da China não seriam esquecidos. Aqueles mesmos que presentearam o mundo com mais uma peste — depois de terem escondido informações sobre a doença por mais de um mês — seriam privilegiados na compra de insumos para o tratamento de doentes no Brasil, bem como a importação de uma suposta vacina, mesmo que os testes de eficácia da mesma sejam bem menos transparentes do que as das vacinas desenvolvidas nos Estados Unidos. Enfim, se o Brasil enfrentasse o coronavírus sob a liderança da esquerda, veríamos o surgimento definitivo de uma nova Venezuela em nosso continente. Ter isso em mente é fundamental para entender a atual realidade com uma perspectiva mais realista”, arrematou o bom parlamentar. Perceba-se como esta corja é nociva e, por de trás de tudo, as razões que fomentam o fantástico crescimento da popularidade de Bolsonaro.
Voltando ao tema para finalizar. Em termos de popularidade, nem Getúlio, nem Jânio e muito menos qualquer outro governante ordinário que ocupou o Catete ou o Planalto nos últimos 100 anos, pode alcançar os índices que chegassem perto do que agora se vê em relação ao Capitão. Nunca se viu no Brasil algo semelhante e mais, tudo isso resta inabalável apesar de o homem vir sendo caçado como um cão sarnento noite e dia. Sua liderança – cujos números são criminosamente escamoteados ou distorcidos pela extrema imprensa – só faz crescer. Se eu fosse um dos contras ficaria mais atento a esta circunstância, porque simplesmente há muito que esta situação já saiu do controle de quem quer que seja e advirto: até mesmo daqueles que estão ao lado do homem, ou será do Mito?
Por Jose Mauricio de Barcellos ex Consultor Jurídico da CPRM-MME é advogado. E-mail: [email protected].