Opinião – Risk Money: uma empresa que mente, distorce e engana

28/09/2020 18:16

Nunca tive nem tenho nada contra a empresa Risk Money. A empresa vende relatórios para bancos e corporações que servem para o que se chama de “avaliação de compliance”. Nunca tinha prestado maior atenção nela até ter meu nome envolvido em seu caminho. Pois a Risk Money contém registros a meu respeito que são mentirosos, distorcidos e enganadores. E venho de público fazer esse alerta e expor a situação porque, primeiro, tentei que a empresa corrigisse seus arquivos a meu respeito, assim que os descobri. Ela não o fez. Segundo, toco o dedo nesta ferida porque tenho certeza de que há muito mais vítimas de atitudes nefastas como a que sou vítima e milhares de pessoas não sabem.

(Na semana passada, falei aqui de outra, a Neoway, que também errou feio comigo. No fim do artigo eu falo o que aconteceu).

Ao começo: fui investigado por 5 anos e 1 mês pela operação Acrônimo, da Polícia Federal. Por absoluta falta de provas e por atestar minha inocência, o Ministério Público Federal propôs o fim da investigação. Nunca cheguei sequer a ser réu. O caso, tecnicamente, nunca chegou à Justiça. Alertei por um advogado à Risk Money sobre a forma indevida como era tratado em seus registros, que servem de base para a análise de bancos e empresas dos mais variados setores. Sabe o que a Risk Money fez? Veja como ela me define hoje, DEPOIS do pedido feito pelo Ministério Público, acatado por um juiz, para qualquer gerente de banco que vá tentar saber quem eu sou.

Foi indiciado pela PF no âmbito da ‘Operação Acrônimo’, acusado de integrar um esquema de corrupção envolvendo pagamentos de propina por parte do Grupo Casino ao governador (MG) Fernando Pimentel em 2011, quando este era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, para inviabilizar um financiamento do BNDES que possibilitaria a fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour, concorrentes do Grupo Casino. NO ENTANTO, FOI BENEFICIADO PELA JUSTIÇA, QUE ARQUIVOU O CASO”.

Veja bem: o MP pede a minha inocência e isso não vale nada, segundo a Risk Money? Na prática, o Estado brasileiro disse que o inquérito da polícia –usado pela RiskMoney– não tinha nenhum valor. Mas a empresa valora o que não tem valor e desvaloriza a instância mais importante, o MP, errando, inclusive, porque não fui “beneficiado pela Justiça”. Fui JULGADO e julgado por uma instituição duríssima, o MP, que considerou as imputações –administrativas, da Polícia, contra mim– sem nenhuma consistência.

Mas o pior é a MENTIRA que vem depois:

Ainda, Mario Rosa foi alvo de um mandado de busca e apreensão pela PF, juntamente com a empresa da qual é sócio-administrador, a MR Consultoria e Comunicação S/S Ltda., através da supracitada operação, por suposto envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro por meio de sobrepreço e inexecução de contratos com o governo federal desde 2005, além de indícios de desvio de recursos públicos destinados ao financiamento ilícito de campanhas eleitorais“.

Risk Money, eu desafio qualquer pessoa do mundo, a começar por qualquer pessoa da Risk Money, a provar que isso é verdade. Jamais fui alvo de busca e apreensão por desvio de dinheiro público “em 2005” ou em ano nenhum. Vocês vendem uma informação mentirosa para seus clientes e prejudicam pessoas com falsas imputações. Se eu estiver mentindo, venham aqui e mostrem o processo, o mandado de busca sobre desvios públicos, sobre inexecução de serviços com o governo federal.

A propósito: minha empresa JAMAIS recebeu nenhum centavo de nenhum órgão público. E aí, Risk Money? Como lidam com um fato diante de tantos erros?

Mas não é só, infelizmente. Vocês me atribuem o cometimento dos seguintes crimes, nos arquivos que vendem para empresas e bancos que me avaliam, que avaliam milhares de pessoas e, por isso mesmo, deveriam ser confiáveis. Vocês mentem! Posso dizer em relação a mim e mentem feio e, por isso, estarei entrando na Justiça contra vocês. Mas quero provocar um debate, antes, sobre como empresas que lidam com dados alheios e comercializam a análise de dados reservadamente podem estar cometendo crimes e verdadeiros massacres contra cidadãos. Vejam as mentiras que vocês dizem contra mim em seus relatórios.

Vocês dizem que sou ou fui acusado dos seguintes crimes:

  • Corrupção Ativa;
  • Crime Eleitoral;
  • Crimes Contra a Administração Pública;
  • Formação de Quadrilha;
  • Lavagem de Dinheiro;
  • Lavagem Eleitoral.

Nunca fui réu em nada disso. Nunca fui indiciado por nenhum deles, exceto lavagem de dinheiro. E mesmo nesse caso o Ministério Público, órgão acusador, achou o indiciamento algo tão surreal que mandou arquivar. O resto tudo que vocês escreveram é absoluta mentira! Como vocês escrevem fake news e vendem para empresas e bancos sobre os outros?

Mas não é só!

Vocês dizem que eu sou um “PEP”, uma “Pessoa Exposta Politicamente”. Isso não é um adjetivo. Isso é um termo técnico. PEP, pela lei, é alguém que ocupou algum cargo público nos últimos 5 anos. Ou que tem um parente em primeiro grau em função de destaque num dos Três Poderes, nos 3 níveis de governo. Venho trabalhando no setor privado, ininterruptamente, há mais de 3 décadas. Não tenho nenhum parente em cargo político. Como vocês escrevem uma mentira dessas?

Sabe como vocês me definem para quem quer me contratar, me oferecer um empréstimo, alguém que nunca ouviu falar de mim e que só tem as mentiras, as distorções, os erros seriais cometidos por vocês no que diz respeito a mim para tomar uma decisão a meu respeito? Como uma pessoa de “assertividade alta”.

Eu uso o meu caso para chamar a atenção do Congresso Nacional, da Autoridade de Proteção de Dados, da Polícia Federal, da Procuradoria Geral da República, enfim, de todos com responsabilidade, para que vejam o absurdo desta situação. Que não é pessoal. Tenho certeza que deve ocorrer aos milhares esse mesmo tipo de abuso e de reciclagem de informação errada ou fake news justamente por uma empresa, como a Risk Money, que deveria agir como um filtro e ajudar o capitalismo e o sistema social, em vez de torná-lo ainda mais nefasto com ações inconsequentes e irresponsáveis, como as que relatei.

A Risk Money pode vir aqui e provar, documentalmente, que os crimes de que me acusa em seus relatórios são verdadeiros. Não irá nunca! Porque nunca aconteceram. Eu desafio a Risk Money a apresentar um indiciamento onde apareça como corruptor ativo, como autor de desvio de dinheiro público, como autor de crime eleitoral, como autor de lavagem eleitoral, como alguém que ocupou cargo público nas últimas 3 décadas.

E aí galera da internet: hoje em dia é papo reto, não é mesmo? Se eu estiver mentindo, me massacrem, mostrem meus “podres”, provem que a Risk Money está certa e eu sou o errado nessa história. Em compensação, se não for assim, para cima dela!+

Sabe por que não vão mostrar documento nenhum, Risk Money? Porque tudo que está escrito ali é mentira.

(Neoway: semana passada, desafiei a empresa Neoway a provar que existiam 6 processos contra mim, como constam de seus cadastros. Lá eles são bem específicos: “processos judiciais”. Eles dizem que tenho 3 criminais, 2 tributários e um civil.

No mesmo dia do artigo, mandaram-me uma carta mal educada e intimidatória de 4 páginas. A novidade? Pela 1ª vez eles reconheceram o começo do grande erro que cometeram. Disseram que analisam o cancelamento de 2 apontamentos de processos criminais. Sabe do que se trata, leitor? De um processo de imprensa aberto contra mim pelo ex-ministro da Justiça Bernardo Cabral em 1991! Há 29 anos!!!! E sabe o que deu isso aí? O ex-ministro entrou com o processo e no meio pediu um acordo para acabar com a pendência, por conta de uma matéria que escrevi. O autor do processo recuou. Não eu. Topei, claro.

Agora, pense bem: colocar como “2 processos criminais” uma ação de 29 anos atrás e não deixar claro o que é? Briga de político com jornalista? Isso é informar ou desinformar? A pessoa que lê o que está escrito de maneira sumária pensa que estou processado HOJE. E por CRIMES.

Quanto ao outro “processo”, que a Neoway se mantiver vai enfrentar a Justiça, trata-se do inquérito policial da operação Acrônimo, como visto, algo que não se tornou um processo, pois não chegou a ser recebido como denúncia na Justiça. Portanto, não tenho –como disse e como o relatório da Neoway mentiu– 3 processos criminais. Os 2 tributários: mentira! Finalmente descobri o que foi: atrasei o IPTU de um apartamento meu em Salvador, a prefeitura mandou cobrar na Justiça, quitei e o caso acabou. Dívida de IPTU é “processo tributário”? Lendo assim, pode ser lavagem de dinheiro, fraude de impostos, evasão de divisas, tudo! Por que não são específicos e dizem: teve um problema de atraso de IPTU e o caso (de 4 anos atrás) está arquivado. Eles querem o que? Ajudar ou confundir?

Quanto ao “processo” civil, trata-se de minha separação conjugal. Não há réus no Direito de Família. Nada disso aparece no relatório da Neoway! Mas quem o lê fica com uma visão a meu respeito distorcida. Como pode isso?

Vou dar um exemplo final: a Neoway foi citada numa delação premiada homologada pelo ministro Edson Fachin do STF por ter pago propina de R$ 1,8 milhão para obter um contrato na Petrobras. Se eu disser aqui que ela está sendo processada antes de ser aceita uma denúncia contra ela, eu estarei mentindo. É a mesma mentira de considerar um inquérito policial, arquivado a pedido do Ministério Público, antes de tramitar na Justiça, como um “processo”, como eles querem fazer comigo.

Procurador Augusto Aras, Procons, Congresso: eu tenho certeza de que não sou um caso isolado. Muitas outras vítimas podem estar sendo acusadas em relatórios distorcidos da mesma forma que eu!

Quem quiser ver como a Neoway e a Riskmoney trabalham, clique aquiaqui e aqui. Vejam que absurdo!

Um último comentário:

A questão fundamental da Neoway é a seguinte: como o Bradesco, o Itaú, os bancos, podem contratar uma empresa citada numa delação homologada pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal para ajudá-los a analisar o compliance de pessoas físicas e jurídicas de todo o país? Como essa empresa passa no compliance dos bancos? Os bancos abririam uma conta em que houvesse um registro na base de dados da Neoway de que uma empresa pagou R$ 1,8 milhão propina para obter um contrato na Petrobras, por meio de uma delação homologada por um ministro do STF no âmbito da Lava Jato? É isso que existe sobre a Neoway, oficialmente. Claro que ela pode ser inocente. Mas é o que está escrito numa delação homologada no STF. Esse é o paradoxo da Neoway. Seus registros sobre si mesma –digo aqui apenas os verdadeiros– seriam determinantes para que o compliance dos bancos não aceitasse vínculos com ela. Quando se descobre que a empresa ainda possui registros distorcidos e errados, bom, isso só torna tudo pior.

 

 

 

 

Por Mario Rosa, 55 anos, é jornalista, escritor, autor de cinco livros e consultor de comunicação, especializado em gerenciamento de crises.

Tags: