Estamos cercados por todos os lados à espera calmamente pelo imposto sobre grandes fortunas, que virarão médias fortunas, pequenas fortunas e pobreza. Escreve Stephen Kanitz
21/07/2022 05:37
”Empresas com prejuízo não pagam. Empresas eficientes pagam dobrado, ou até mais”
Mês passado decidi tomar a pílula vermelha, e estou abismado como o verdadeiro mundo é outro.
Por exemplo, sempre achei que o imposto sobre lucro fazia parte de um sistema tributário lógico.
Não é, taxar lucros das empresas mais eficientes é um tiro no pé.
É mais imposto no ano corrente, mas menos impostos para os digamos próximos 30 anos de IPI e ICMS menores, porque parte do lucro não foi reinvestido.
Por que economistas fariam uma troca tão desvantajosa a curto prazo?
E a gente esquece que no fundo o lucro já foi taxado uma vez porque lucro nada mais é que receita taxada, que sobrou depois das despesas.
Não se pode taxar a mesma coisa duas vezes, o valor como receita e o mesmo valor como lucro. Está na Constituição.
Lucro não é físico, é uma subtração de todas as receitas, menos todas as despesas.
Ou seja, a parte das receitas que iremos considerar lucro, já pagou IPI, ICMS, e monte de outros impostos.
O fato de que damos um nome especial para as receitas que superam as despesas, não é fato gerador de imposto.
Taxar lucro é considerado a via “cínica” de arrecadação porque você procura como alvo aqueles que mais poderão pagar e menos irão reclamar.
Empresas com prejuízo não pagam. Empresas eficientes pagam dobrado, ou até mais.
Mas dando uma pesquisada por aí, a simples ideia de que taxar lucro é dupla taxação não é mais discutida.
Faz parte do mundo azul.
Estamos cercados por todos os lados à espera calmamente pelo imposto sobre grandes fortunas, que virarão médias fortunas, pequenas fortunas e pobreza.
Por Stephen Kanitz, é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo