Opinião – Brasil, criador de oportunidades

Surgem alguns problemas brasileiros muito graves. Um deles é a formação de recursos humanos adequados aos sistemas tecnológicos de todo o sistema produtivo. Escreve Onofre Ribeiro.

06/09/2023 05:30

“Mato Grosso é uma das peças fundamentais nisso tudo”

Ilustração.

Há duas semanas assisti ao III Simpósio Técnico da Aprosoja-MT. Um evento profundamente esclarecedor para os horizontes da economia mundial e, por consequência, da economia brasileira.

A palestra que mais marcou, na minha opinião, foi a do Professor Marcos Fava Neves,  da Universidade de São Paulo e da Fundação Getúlio Vargas, com larguíssimo currículo na economia agro rural. Discorreu sobre a economia mundial olhando pro setor do agronegócio. Foi uma palestra longa e reflexiva.

O conceito fundamental da sua apresentação foi o de que o agro é o grande criador de oportunidades dentro da economia brasileira. Nesse aspecto, ele demonstra que o agro movimenta dentro da porteira, mas esparrama os reflexos econômicos das suas necessidades sobre toda a economia nacional urbana ou rural.

Na medida em que demanda a necessidade de máquinas, ele impulsiona a indústria pesada e tecnológica, alimenta o comércio de máquinas e de peças, e o de serviços com manutenção e reparos. Isso, sem contar a demanda por softwares de alta tecnologia para os processos da produção lá no campo e também da porteira pra dentro das fazendas.

Outra análise é que o mundo está comendo cada vez mais e exigindo mais qualidade na produção. Sem contar a sustentabilidade. Nesse item o Brasil tem poucos pecados quando comparado com a produção mundial. Trouxe a informação e que o mundo não está comendo o que desejaria comer.  Isso abre cada vez mais espaços para o produção brasileira.

Contudo, surgem alguns problemas brasileiros muito graves. Um deles é a formação de recursos humanos adequados aos sistemas tecnológicos de todo o sistema produtivo do agro. Esse é um problema enorme, por conta da educação brasileira muito distorcida e desfocada da economia.

Outro ponto muito delicado vem do Estado brasileiro. Aqui aparecem as inseguranças jurídicas hoje sob a responsabilidade das instituições públicas. Mas aparece em grande destaque a insegurança trabalhista com retrocessos que impeçam a atividade econômica de avançar.

Foi uma palestra longa, muito técnica que deveria ser distribuída largamente pela Aprosoja na forma de discussões públicas. O desfoque público a respeito do presente econômico e do futuro é lamentável.

Age como se não tivesse responsabilidades com o planejamento estratégico do Estado de Mato Grosso. Aliás, Mato Grosso é uma das peças fundamentais nisso tudo. “É o melhor lugar do planeta”, disse o professor Marcos.

 

 

 

 

 

Por Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.

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