Opinião – Um passo para trás, para dar dois para frente.

O embate criado pela vereadora Maysa Leão contra os deputados Gilberto Catani e Max Russi é um tiro pela culatra dado pela jovem parlamentar. Falta-lhe sabedoria.

20/09/2023 05:11

“Um velho ditado cuiabano é muito certo: quanto mais você abaixa, mais a calça cai!”

Reprodução/divulgação.

Recentemente, o deputado estadual Gilberto Catani (PL) causou polêmica nas redes sociais e entre seus pares, por uma fala que estaria ele depreciando a imagem da mulher, com possível comparação a bovinos (vacas).

Essa frase ocorrida durante a transmissão de um vídeo, quase custou o mandato do nobre parlamentar. Salvo este, pelo presidente da Casa (ALMT), deputado Eduardo Botelho, deixando apenas uma advertência registrada, ficando uma atmosfera de “repúdio” da então deputada Janaína Riva (MDB), a qual abriu uma Comissão Especial para apurar o caso.

Ocorre que, lá da Câmara Municipal, a vereadora Maysa Leão (Republicanos), “ouviu” o blá-blá-blá, tomou ar e dores sobre o discreto e sutil descontento da deputada Janaina e virou uma leoa, agarrando o caso com unhas e dentes e uma sede de vingança(?!) contra Catani com ares faltando muito pouco para ir para o lado pessoal.

Nem mesmo a discreta e versátil deputada e Presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar daquela respeitada Casa, entendeu ou assimilou tamanha voracidade adotada pela vereadora sobre a causa “mulheres-vacas” de Catani.

Maysa, perdeu a chance de recuar ao não fazer a matemática correta de com quem ela estaria contando como apoio político – Janaína – e com quem ela estaria criando celeumas – Catani e posteriormente Max Russi (PSB).

Max Russi como corregedor da Comissão, decidiu por arquivar as acusações da vereadora por falta de provas legítimas, concretas e cabais. Pronto! A vereadora subiu nas paredes pra cima do deputado.

Imediatamente recebeu uma rebatida que, se ela não achar o devido lugar, alguém vai precisar falar baixinho para ela onde está o lugar dela.

O deputado mediante as críticas da vereadora sobre a sua decisão, pôs em cheque o conhecimento da jovem parlamentar sobre o entendimento do regimento interno da ALMT e foi mais longe, atingindo sem dúvida, Maysa em peso: questionou a postura da vereadora sobre insistir no caso por questões eleitorais, uma vez que ela busca evidência midiática para as eleições 2024. Max foi mais além, questionou a inexistência de projetos municipais, sociais ou qualquer ação em prol da classe feminina, se não, lacração em redes sociais.

Por fim, Maysa Leão adota postura semelhante ao ex-vereador de mandato cassado, atual deputado federal Abílio Brunini, com risco de ser cassado novamente pelas constantes “pertubações” nas seções da CPI de 8 de janeiro.

A pergunta que fica é: onde está a assessoria? Que não enxerga a insensatez e falta de visão sobre certas posturas adotadas por políticos com oportunidades de desenvolver bons trabalhos, projetos, construir um legado ou até mesmo quando estão com uma segunda oportunidade, como é o caso do Abílio.

Maysa está se desgastando! Afinal, é uma jovem parlamentar, sem a mesma musculatura política que seus adversários, para vislumbrar um enfrentamento desnecessário. Nem a super-deputada mulher, Janaina, se posicionou a favor de Maysa. Pelo contrário, saiu de cena, “atendeu uma ligação” e…não é com ela. Aprendeu e muito bem nas rusgas com o ex-governador Pedro Taques. Mas, pelo visto não vai ensinar Maysa. Vai deixar que a vida ensine.

O melhor a ser feito por agora, seria um saída a francesa, Maysa. Nessa jaula, o leão não és tu. São os que você está a cutucar com vara curta. Um passo para trás, para dar dois para frente, vereadora.

Depois desse episódio dispensável com Russi, a coisa mais sagaz que pode fazer até o fim do ano é, sair de cena e tentar aprovar um projeto de relevância social, especialmente em prol das mulheres.

Até para ter discurso em uma eventual reeleição.

 

 

 

 

 

Por Francisca Carmélia Monteiro, a “Chica Melo Monte”, cuiabana, jornalista raiz, crítica, analítica e opinativa.

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