De acordo com o presidente da Comissão de Meio Ambiente, o deputado Carlos Avallone (PSDB), o PLC deve ser votado em uma sessão plenária em breve. Escreve Licio Antonio Malheiros.
“Um dos maiores gargalos recaia sobre às questões ambientais”
Um dos maiores gargalos do nosso país, sem sombra de dúvida recaia sobre às questões ambientais.
Em Mato Grosso, a coisa se agrava em função da nossa dimensão territorial continental; além de sermos agraciados com três biomas:
Amazônia, Cerrado e o Pantanal.
Embora as leis ambientais sejam bem definidas; Leis de Crimes Ambientais, conhecida como a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, sua execução só foi possível em sua totalidade, após a entrada em vigor do Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999, que a regulamentou.
Para efeito de esclarecimento, relembrando o conceito disciplinado no artigo 3º, inciso III do Código Florestal (Lei 12.651/2012), Reserva legal é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12 do Código (lei 12.651/2012).
Com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção da fauna silvestre e da flora nativa.
Lá atrás, mais precisamente no dia 3102023, a Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou um Projeto de Lei Complementar (PLC), no mínimo polêmico; que autoriza a realocação de reservas legais para a extração de minerais.
O presidente da Comissão de meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da ALMT, Carlos Avalon (PSDB), diz “Não é fazer mineração em reserva legal. É realocar a reserva local para uma outra área dentro do mesmo bioma, para permitir que continue, nesta área, a exploração e a retirada pela indústria”.
Num primeiro momento, a proposta foi aprovada por 3 votos e seguiu para votação em plenário.
De acordo com o presidente da Comissão de Meio Ambiente, o deputado Carlos Avallone (PSDB), o PLC deve ser votado em uma sessão plenária em breve.
O projeto complementar nº 642023 foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da ALMT em outubro deste ano.
Foram 16 votos a favor e apenas três contrários, durante a primeira votação.
Felizmente, num lampejo de sobriedade e serenidade, o Projeto de Lei Complementar (642023), encaminhado pelo Executivo, que propõe a permissão de atividades de mineração em áreas de preservação ambiental foi retirado de pauta na quarta-feira (0612) na ALMT.
Na modesta opinião deste simples geógrafo, acredito, ser um tanto quanto temerária a permissão e exploração mineral em reserva legal; ainda que admitida a compensação, pois as implicações poderão ser catastróficas, como: contaminação de recursos hídricos, modificação da paisagem com a retirada de cobertura vegetal natural e utilização de vegetação alienígena, perda de biodiversidade, poluição sonora, do ar e visual e por aí vai.
Por Licio Antonio Malheiros é geógrafo.