Opinião – A equação eleitoral e suas variáveis

Na desinformação está o vírus da epidemia de ignorância coletiva, que o sistema teima em continuar inoculando nas novas gerações.  Escreve Marcelo Augusto Portocarrero.

14/02/2024 07:31

“Antivírus da ignorância, não tardará por extirpar do mundo”

Ilustração: Kako Abraham/BBC

É hora de mudanças nas variáveis.

Até bem pouco tempo, quando das eleições, fossem elas em qualquer nível, o resultado já era o esperado e garantido por variáveis estabelecidas pelo controverso sistema eleitoral e através do cabestramento dos eleitores submetidos às conhecidas estratégias curralescas impostas por coronéis e caciques políticos.

Todavia, a poucos tempo, não mais que meia dezena de anos, começaram a acontecer mudanças, reações mesmo, ao mesquinho controle imposto, como também sobre os – ainda existentes – currais eleitorais utilizando meia centena de tijolos, um pé de calçado, meia nota de dinheiro e outras formas de cooptação eleitoral geralmente aplicadas aos mais pobres, portanto, os desinformados.

Não há como esquecer, que nessa equação também estão os gatunos de ocasião, quais sejam, os “gerentes de curruptela”,os de custo mais caro, aqueles que a isso se submetem para se servirem das pilhagens conseguidas através das abduções eleitorais.

Pois é! Por mais nojento que seja, ainda há quem opte pelo benefício fiduciário que este tipo de submissão representa quando alugam ou mesmo vendem suas consciências – se é que as têm – posto que o objetivo de quem age assim é subir na vida, custe o que custar.

Nessas trocas de favores obscuros, alguns chegam a alcançar posições tão ou mais importantes que suas contrapartes politicas. Viram autoridades, até excelências, quando não majestades supremas, a serviço de interesses nada republicanos.

A equação ainda é a mesma, mas as variáveis, apesar dos pesares, não. Isso, porque um novo e forte fator passou a existir, mesmo com as permanentes tentativas de apagar sua influência no desenvolvimento da nova equação eleitoral – a informação livre e desimpedida.

Dela vem o conhecimento ou, em outras palavras, a forma de corrigir as distorções que alimentam o inconsciente coletivo imposto por quem deteve seu monopólio e a manipulou diuturnamente.

Na desinformação está o vírus da epidemia de ignorância coletiva, que o sistema teima em continuar inoculando nas novas gerações. Um vírus nocivo, que a informação correta, o antivírus da ignorância, não tardará por extirpar do mundo.

 

 

 

 

 

Por Marcelo Augusto Portocarrero é engenheiro civil.

Tags: