O atirador foi contribuinte, com US$ 15, de uma facção esquerdista do Partido Democrata, com 15 dólares. O fuzil que ele usou pertencia ao pai. Escreve Alexandre Garcia.
16/07/2024 13:09
“O Supremo está meio desligado do país real”
Vocês perceberam a importância que o noticiário está dando à escolha do vice de Trump? O que isso significa? A imprensa está reconhecendo que, depois da tentativa de matar Trump, ele – assim como aconteceu com Bolsonaro naquele 6 de setembro, na facada do Adélio Bispo – já está se encaminhando para posse. Inclusive houve aquela foto icônica, que ficou tão marcante quanto a foto dos soldados colocando a bandeira americana em Iwo Jima, na Segunda Guerra Mundial, imagem que virou monumento em Washington.
J.D. Vance, o vice de Trump, é jovem, 39 anos. É senador por Ohio, formado em Yale, foi fuzileiro naval e cobriu a Guerra do Iraque como jornalista militar. Lá atrás ele foi crítico de Trump, mas agora não mais.
Enquanto isso, o Senado americano abriu uma investigação para saber por que o atirador não foi capturado antes, já que o Serviço Secreto foi avisado de que ele estava em cima do telhado e com um fuzil. Havia uns três minutos para fazerem isso; foram erros básicos. O atirador foi contribuinte, com US$ 15, de uma facção esquerdista do Partido Democrata, com 15 dólares. O fuzil que ele usou pertencia ao pai.
Sem sigilo, especulações sobre o que Bolsonaro disse em reunião com Ramagem acabarão
O ministro Alexandre de Moraes está liberando a gravação de uma reunião que incluía Jair Bolsonaro e o então diretor da Abin, Alexandre Ramagem. Assim toda a imprensa ficará sabendo o que exatamente Bolsonaro conversou com Ramagem e com o ministro Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional. O presidente estava se queixando de que auditores da Receita estavam perseguindo os filhos dele.
Preso do 8 de janeiro ficou 15 dias na cadeia por erro sobre tornozeleira
Moraes também tirou da cadeia Valdir de Souza, auxiliar de serviços gerais que tem 57 anos e ganha R$ 2 mil por mês. Ele tinha sido preso no acampamento diante do QG do Exército, foi solto com tornozeleira, mas voltou a ser preso em 28 de junho, e estava na cadeia de Juara, no Mato Grosso, porque a tornozeleira dele estava desligada. Agora descobriram que não foi ele quem desligou a tornozeleira, mas a autoridade responsável pela execução penal. E aí, quem vai indenizar o Valdir de Souza por esses 15 dias de prisão? Se ele for indenizado, quem paga somos você e eu, os pagadores de impostos, porque não há nada que responsabilize por indenizações o funcionário público que causou a irregularidade. Aliás, Valdir de Souza disse que não assina a tal confissão do crime, que o obrigaria a pagar multa e a ir para a “aula de democracia”; ele disse que não cometeu nenhum crime, e portanto não assina nada. Acho que o Kafka teria muito material para escrever um novo O Processo, se vivo estivesse.
Marco do Saneamento fez quatro anos, mas ainda há muito a fazer
Na segunda-feira o Novo Marco do Saneamento fez quatro anos. Temos 90 milhões de brasileiros sem esgoto, e 32 milhões de brasileiros sem água potável na torneira, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Nós pagamos impostos para todos terem saneamento, mas esse dinheiro vai para mordomias, para privilégios, para o Estado inchado, e aí falta para o saneamento. Falta para os municípios, inclusive, que não têm poder financeiro para investir em saneamento básico. E a reforma tributária deve piorar a situação dos caixas municipais.
STF atropelou a lei e a vontade dos brasileiros no caso da maconha
Por último, para não esquecermos, pesquisa Datafolha feita no começo do ano mostrou que 70% dos brasileiros, de todas as idades – principalmente os jovens – e de todas as cores políticas, rejeitam a descriminalização do porte de maconha em qualquer quantidade e peso. O Supremo está meio desligado do país real.
Por Alexandre Garcia, colunas sobre política nacional publicadas de domingo a quinta-feira.